O presente artigo visa apresentar e discutir aspectos da vida associativa e da sociabilidade dos negros na cidade de São Paulo, nas primeiras décadas do século passado (1910-1940). No entendimento de que o espaço social é produtor de sentido, foram objeto da análise as ações empreendidas e protagonizadas por uma elite negra citadina e "burguesa", que reivindicava espaços de direito na cidade e, ao mesmo tempo, preocupava-se em desconstruir e se afastar das representações negativas relativas à população negra. Através das memórias dos velhos ativistas e de fragmentos da imprensa negra paulistana foi possível constatar que os grupos negros organizados puderam enfrentar o racismo que os segregava, tendo como ápice a década de 1930, quando uma conjunção de fatores favoreceu a atuação daquelas lideranças.
Palavras-chave: Sociabilidade. Negros na cidade de São Paulo. Imprensa.