Tendo como referencial teórico Nestor Garcia Canclini, que conceituou cultura como um processo em constante transformação, e que possui formas próprias de organização e características que lhes são intrínsecas, este artigo tem como objetivo estudar a hibridização cultural presente no processo de identificação étnico-religiosa de uma comunidade ortodoxa ucraniana, estabelecida no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Esta comunidade étnica, na interação com outras sociabilidades ofertadas pelo espaço urbano, flexibiliza seus hábitos e costumes tradicionais, deixando visíveis rupturas e justaposições, com o objetivo de lograr interação, afastando assim a possibilidade de ser taxada como uma comunidade periférica. Através de entrevistas, embasamento empírico observado nos ritos e celebrações comunitárias e de visitas a algumas famílias que moram no Bairro Bigorrilho, pude constatar que o imaginário étnico-religioso publicizado entre os ucranianos e seus descendentes diverge do idealizado por causa do cruzamento sociocultural em que o tradicional e o moderno se misturam mais fortemente em ambiente urbano.
Palavras-chave: Cultura híbrida. Ortodoxos ucranianos. Etnia e práticas religiosas.