Descrição:
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de
Em pleno governo Juscelino Kubitschek, quando o desenvolvimentismo prometia colocar o país em dia com a modernização e com a modernidade, quando a construção da capital federal no interior do país prometia levar o progresso ao sertão e integrá-lo definitivamente à civilização, João Guimarães Rosa publica Grande sertão: veredas, sua obra maior, em que a partir da temática do sertão, tão presente no romance regionalista, se propõe a fazer uma interpretação do país, uma leitura da história nacional. Nesta leitura o espaço sertanejo resume o que seria o país e nele também se desenrola os grandes temas e dramas da existência humana, nele vem se encenar as grandes questões que atravessaram toda a trajetória da espécie humana. Sertão, portanto, que é mais do que um lugar preciso, que figura mais do que uma temporalidade específica, sertão universal, reflexão sobre o ser, sobre tempos, espaços e sentidos que sempre retornam; interrogações, problemas e dramas sobre o nosso ser, como região, como nação, como povo ou como espécie que, quando menos se espera, voltam a ressoar, voltam a emergir em novas figurações, em novas configurações, voltam a convocar novamente à interpretação, ao sentido, à escrita, à narrativa.
Palavras-chave: João Guimarães Rosa. Interpretação do Brasil. Sertão.
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