Pretendemos demonstrar como o "fait divers" é um recurso da imprensa moderna brasileira. Teremos como ponto de partida o conto Amor e sangue de Alcântara Machado, onde uma notícia de crime passional publicada no jornal O Estado de S.Paulo é comentada no espaço público da barbearia. A partir de então, tentaremos abordar questões, entre outras, tais como: o diálogo entre o sensacionalismo (presente no fait divers) e o modernismo; a escrita ágil que autores como Alcântara Machado adotam, provinda da influência do cinema e da linguagem efêmera própria do periodismo; as relações entre oralidade e escrita no texto e na sociedade; a circulação de padrões culturais; e questões relativas à produção, difusão e leitura de faits divers.