Este artigo problematiza e contextualiza o livro Pão e sangue, publicado em 1988 pelo escritor Dalton Trevisan. Num primeiro momento são discutidas as formas de representação e apropriação presentes na obra, a partir dos conceitos de Roger Chartier. Posteriormente, buscam-se as possíveis relações entre o livro e a conjuntura de sua publicação. Parte-se do diálogo com as proposições do historiador Jörn Rüsen, segundo o qual as narrativas são produzidas com a finalidade de interpretar experiências atuais do tempo. Relacionando o livro de Dalton com sua conjuntura, a década de 1980, é possível interpretá-lo como uma crítica à banalização da violência, fazendo com que os leitores questionem até que ponto a violência narrada se configura como uma realidade social.
Palavras-chave: História literária. Narrativa. Dalton Trevisan.