A ficção de Murilo Rubião apresenta algumas características assinaladas reiteradamente em textos críticos sobre seus escritos: o fato de ser uma obra exígua e a constatação de o autor tê-la submetido a um constante trabalho de re-escritura; acrescento que suas narrativas foram também responsáveis pela sistematização de um estilo que o fez inaugurador, no Brasil, de uma categoria literária: o realismo mágico. Observa-se que a crítica brasileira classifica seus textos de modo extremamente variado, o que torna possível uma nova leitura de sua obra por intermédio das recentes teorias sobre o realismo mágico. Essa relação implícita que o texto considerado entretém com uma categoria genérica reconhecida e codificada é denominada arquitextualidade por Genette (1982) e permite estabelecer um diálogo fecundo com a tradição literária.
Palavras-chave: Realismo mágico. Teoria literária. Conto. Literatura brasileira.