Este artigo apresenta um estudo dos mecanismos linguísticos e cognitivos envolvidos na construção da definição da ‘intertextualidade’ por uma professora alfabetizadora em formação. O pressuposto adotado é o de que a retextualização de textos escritos da ciência e da divulgação científica nos eventos de formação implica em reformulação, apropriação e representação social dos objetos teóricos em função das particularidades do contexto enunciativo. Nessa perspectiva, portanto, a análise de um evento de letramento específico da formação do professor, que visa ao ensino-aprendizagem de conceitos ou de definições teóricas, pode ser orientada pela seguinte questão: quais os mecanismos linguísticos empregados pelo professor em formação para tornar mais familiares as noções teóricas na Universidade? Desse modo, essa análise pode ser desenvolvida com o intuito de ampliar descobertas anteriores sobre a representação social de termos teóricos realizada pelo professor. Trata-se de uma discussão sobre a participação da oralidade e da experiência na aprendizagem da definição especializada.