Através de aspectos relacionados à área de ensino de ciências, tais como existência de cursos e programas de pós-graduação, de periódicos especializados na publicação de resultados de pesquisas e de eventos científicos específicos, constata-se que esta constitui um campo social de produção de conhecimento. A partir de dados contidos em trabalhos que têm como objeto de análise dissertações e teses em ensino de ciências defendidas no Brasil, desde 1972, argumenta-se que o campo se organiza em coletivos de pensamento afinados com os das ciências humanas que investigam problemas relativos à disseminação sistematizada de conhecimentos científicos, que é caracterizada como um processo complexo de interação entre três grandes círculos sócioculturais. Problematizam-se pontos desta dinâmica de pesquisa que estabelece comunicações intracoletivos e intercoletivos, sendo estas últimas constituídas por amplo espectro, cuja variação vai desde uma sintonia bastante ajustada, até praticamente uma ausência de ressonância. Considerando-se essa produção plural, propostas são apresentadas com a finalidade de se efetivar uma maior aproximação dos problemas investigados pelo campo com aqueles enfrentados pelo ensino de ciências nas escolas brasileiras.
Palavras-chave: Teses e dissertações em ensino de ciências. Coletivos de pensamento. Impacto da pesquisa em ensino de ciências.
619 0 bytes Cad. Bras. Ens. Fís., v. 21: p. 145-175, ago. 2004