Descrição:
ROVAI, Mauro Luiz
Os procedimentos para a realização de um filme e as particularidades promovidas pelo uso da câmera (a distância e o ângulo em relação ao “objeto” filmado, a luz, o movimento, a montagem etc.), breve afastaram a tentação de ver no cinema o mero registro do real. Simultaneamente, a utilização desses recursos aproximou a imagem cinematográfica do registro da estética. O Grande Plano e a maneira como os detalhes do corpo apareceram inseridos na trama, pela quebra que promoveram das relações visuais, sempre suscitaram instigantes reflexões, como as de Balázs, sobre a subjetividade expressa nos gestos e nas feições; a de Epstein, sobre a fotogenia e a identidade; a de Eisenstein, contrapondo-se ao close-up de Griffith; a de Deleuze, sobre a “imagem-afecção”, entre outras. Nessa perspectiva, o objetivo deste texto é retomar tais discussões de modo a perscrutar o uso estético que três cineastas fizeram do “detalhe” na tela grande. Leni Riefenstahl e o rosto de Hitler e das mulheres alemãs em O Triunfo da Vontade. Michelangelo Antonioni e a maneira como filmou Monica Vitti em Deserto Vermelho. Manoel de Oliveira e os planos dedicados a Mastroianni em Viagem ao princípio do mundo.
Palavras-chave: Sociologia. Cinema.
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