Descrição:
SELVATICI, Mônica
O presente trabalho de pesquisa tem por objetivo analisar as evidências textuais e arqueológicas que permitam construir um contexto histórico plausível para a primeira expansão do movimento cristão, ocorrida na década de 30 do século I d.C., após a morte de Jesus. Esta expansão se caracterizou, segundo apresenta o relato do livro de Atos dos Apóstolos nos capítulos 6:1 a 8:40, e, possivelmente, também no relato da fundação da comunidade de Antioquia em Atos 11:19-26, pela ação missionária de judeus cristãos, ditos helenistas, saídos de Jerusalém, na região da Samaria e em áreas exteriores à Palestina, nomeadamente, a província romana da Síria e a ilha de Chipre, e pelas primeiras conversões de gentios à fé em Jesus como o Messias de Israel. O trabalho parte de uma historização do modelo interpretativo dominante sobre o Cristianismo antigo e de uma discussão dos propósitos teológicos e da questão da visibilidade histórica da narrativa de Atos dos Apóstolos. A análise da documentação textual é realizada a partir dos pressupostos da Nova História Cultural e o conceito de etnicidade é utilizado no sentido de compreender o aspecto mutável das identidades cristãs nos primeiros anos de vida do movimento cristão. A abordagem cronologicamente invertida da seqüência de passagens do livro de Atos acima apresentada permitiu a esta tese alcançar resultados diferenciados, em relação àqueles da historiografia dominante, sobre a questão da expansão inicial do movimento cristão do universo judaico palestino para o mundo helenizado do Mediterrâneo romano.
Palavras-chave: História. Judaísmo. Cristianismo. Templo de Jerusalém. Identidade.
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