O trabalho propõe uma investigação da relação entre a política e a religião. Como pano de fundo dessa indagação, inicialmente, duas abordagens são realizadas: uma antropológica e outra histórica. Ambas conduzem ao essencial: que a natureza do político é sagrada e, portanto, a intrincada relação entre a política e a religião deve ser pensada a partir da primazia do religioso sobre o político. Em confirmação a centralidade do religioso faz-se uma leitura de um momento chave da história do pensamento político moderno - o século XVII inglês, em específico e de modo representativo a teoria política de Thomas Hobbes - na qual procura-se demonstrar que não há dessacralização alguma do poder, pelo contrário, o elemento religioso é permanente e comanda toda a argumentação proposta por Hobbes que, de modo manifesto, estabelece a anteposição da religião no entendimento da política.