O trabalho apresenta o resultado das reflexões que fizemos no âmbito da nossa proposta de Doutorado em Educação, que versa sobre a relação entre Ética e Educação, olhando especificamente o contexto moçambicano. Concebida como reflexão filosófica sobre a moral, a Ética foi incluída no ensino da Filosofia para resolver o que os documentos oficiais denominam de "déficit moral" que se vive no país. O referido déficit, ainda de acordo com do discurso oficial, teria resultado da ausência da Filosofia no ensino médio, banido após a independência (1975). Sustentamos que em Moçambique, mais do que "déficit moral", vive-se uma crise de referências ético-normativas, como consequência, além da influência da modernidade ocidental, também das duas modernidades implementadas no país: a socialista revolucionária e a capitalista neoliberal ainda em curso.