Descrição:
KINN, Marli Graniel
O trabalho sobre a Congada abordou a cidade e a condição sociocultural e espacial das pessoas que fazem a festa. Concentrando-se nos fazeres humanos, decorrentes de práticas sociais que proporcionaram à comunidade conquistas importantes em relação ao direito à cidade, chegamos ao cotidiano e ao modo de vida. Destacamos as formas de organização das pessoas e dos ternos de Congada na cidade, suas estratégias, arranjos, até atingirmos os conteúdos e a substância das manifestações e representações dos negros em Uberlândia - MG. Tratou-se de uma abordagem que foi sendo construída na direção de compreendermos as formas com que os congadeiros haviam estabelecido as condições mínimas para viverem na cidade. Por este caminho consideramos os costumes e as tradições e aos poucos fomos percebendo e analisando as desigualdades e as diferenças sociais. Para poder explicar as realidades dos congadeiros, suas práticas religiosas, políticas e comunitárias, fomos conhecendo as diversas origens socioespaciais destas pessoas. Essas realidades são desveladas quando abordamos a sua complexidade, a partir de múltiplas perspectivas. Por exemplo, os congadeiros de Uberlândia têm incluído, em suas manifestações, negociações que se concretizam na ocupação dos espaços públicos da cidade. O trabalho discutiu também as relações mantidas entre o congadeiro e as várias instituições em que o grupo está envolvido. Nesse sentido, consideramos o histórico destas relações e nos deparamos com contradições que potencializam e medeiam embates, disputas e negociações entre grupos sociais e instituições, em relação aos usos do espaço. Desse modo, o estudo da Congada nos permitiu conhecer o modo de vida dos congadeiros, suas estruturas, heranças históricas, idéias, as quais continuam influenciando e transformando a consciência das pessoas e os processos que as redefinem em relação às vizinhanças, aos lugares, às redes sociais e à cidade.
Palavras-chave: Congada. Costumes. Lugares. Redes. Tradições.
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