Este é um trabalho sobre liberdade, também sobre limites. Tendo como texto de apoio representativo o diário ficcional "Em Liberdade", do escritor brasileirocosmopolita Silviano Santiago, examino como a prosa literária de cunho confessional, do final do século XX, lida com o pacto que estabelece com o leitor para convencê-lo de sua urdidura. Essa obra, publicada em 1981, dialoga com outros escritos do autor e sintetiza as posições tanto políticas, quanto estético-literárias que manifestou ao longo de sua trajetória enquanto professor, ensaísta, poeta e prosador. "Em Liberdade", ao mesmo tempo em que dá mostras da fragilidade das categorias de análise que a teoria literária tradicional disponibiliza para a literatura contemporânea, desdobra-se metaliterariamente oferecendo – ela mesma – as formas de leitura mais condizentes com as demandas pactuais em tempos de estilhaçamento do eu.
Palavras-chave: Crítica e interpretação. Liberdade. Literatura brasileira. Santiago, Silviano.