A inserção prematura do jovem trabalhador no mundo do trabalho visa o complemento da renda familiar, a afirmação de sua autonomia e a efetivação do valor simbólico que confere ao trabalho. Contudo, a pertença a um estrato de classe de baixa renda, sua pouca qualificação educacional, sobremaneira profissional, e as escassas oportunidades que lhes são oferecidas pelo mercado de trabalho, constituem obstáculos para que esse jovem ocupe um ofício que o satisfaça subjetivamente. A abordagem desta pesquisa consiste em perquirir os dilemas por que passa o jovem operário dividido entre as aspirações subjetivas, em relação a uma profissão desejada, e as condições objetivas de sua ocupação. Trata-se, portanto, de enfocar e esquadrinhar o conflito entre trabalho real e anseio subjetivo e as estratégias que os jovens operários utilizam para sobrepujá-lo, à medida que procuram delinear suas identidades de trabalhadores.