Resumo: A investigação sobre a cultura das ervas entre moradores de um centro urbano como o Rio de Janeiro, em feiras-livres de diferentes bairros, no Mercadão de Madureira e numa favela da periferia revelou um dos modos como a sociedade se relaciona com a natureza. As práticas de cura com ervas estudadas - produto e resumo de intercâmbios, relações culturais e valores - têm no conceito de "química" da erva sua expressão mais precisa na descrição dos entrevistados. A "química" da erva implica o respeito a critérios de classificação e seu papel de mediação entre a sociedade, a natureza e a sobrenatureza. É na "química" que se fundamenta todo o "poder" atribuído a elas pelos entrevistados. A adoção dos conceitos de "natureza-cultura" e de "rede sociotécnica" de latour, fundamentais à sua produção teórica, permitiram o estabelecimento ds uma relação entre os saberes popular e científico sobre as ervas, ligando num mesmo fio, categorias próprias aos dois saberes: "axé", "química" da erva, "princípio-ativo" e "trangênicos"
Palavras-chave: Plantas medicinais. Medicina popular. Ciências sociais. Cultura popular.