O objetivo do trabalho é entender como se consolidou a ação social, na remoção dos mocambos (Recife) e das favelas (Rio de Janeiro) e na criação de novas alternativas de moradias para a população pobre e como este trabalho de cunho assistencialista contribuiu para a consolidação das propostas políticas e sociais do Estado Novo (1937-1945). Foram escolhidas duas metrópoles, para dar ênfase à análise comparativa entre dois lugares que traduziam os problemas das habitações populares como um problema de contexto regional e nacional ao mesmo tempo, como motivo de preocupação desde o início do Século XX. Estas duas metrópoles foram escolhidas por ocuparem lugar de destaque nas ações governamentais durante os anos 1930 e 1940. Recife, porque seu interventor deixa o Ministérios do Trabalho e da Justiça para tomar conta da cidade e erradicar os males que "atravancavam o progresso". Rio de Janeiro, porque como capital do país, assumia de primeiro o caráter modernizador que se pretendia para a nação. Também duas pessoas merecem destaque: em Recife, o interventor Agamenon Magalhães, com suas políticas contra os mocambos e a criação de Vilas Operárias e no Rio de Janeiro, a figura pouco conhecida do Dr. Vitor Tavares de Moura, que é convidado pelo interventor Henrique Dodsworth para trabalhar na remoção das favelas e criação dos Parques Proletários Provisórios. Estas vilas e parques eram uma nova forma de habitação com a intenção de regular, civilizar e reeducar seus habitantes.