Descrição:
OLIVEIRA, Lidiany Cristina de
As teorias raciais como o Darwinismo Social, o Racismo Científico, a Antropometria e as Teorias Evolucionistas tiveram grande influência no Brasil na disposição de políticas, em preferências étnicas, no imaginário das elites e na questão da mão-de-obra durante o final do século XIX e as primeiras décadas do Século XX. As imagens negativas atribuídas à figura do negro, como o mito da "vadiagem", da "preguiça", ou o mito da "mulata sensual" estão extremamente arraigadas às doutrinas raciais que penetraram no cenário brasileiro a partir da segunda metade do Século XIX, sendo as mesmas selecionadas, redimensionadas e adaptadas por cientistas, médicos e antropólogos brasileiros, num momento em que a busca pela identidade nacional constituía-se como principal questão durante a Primeira República. A influência das teorias raciais se mostra através de preferências étnicas da elite cafeicultora no Estado de São Paulo: logo após a abolição formal (1888), os afro-descendentes entrariam em desvantagem no mercado de trabalho em relação ao imigrante europeu, principalmente o italiano. A influência das teorias raciais também se estende à imagem relacionada ao negro, havendo um recrudescimento da mesma no pós-abolição. Permeada de estereótipos negativos, é o "negro ébrio", "alcoolizado" e "amoral" tomando as primeiras páginas de importantes jornais paulistas como A Província de São Paulo e o Correio Paulistano. Ainda hoje alguns mitos e antigas imagens se mostram presentes, um pouco mais sutis e se expressam em brincadeiras, piadas, no pouco acesso aos bens sociais por parte dos negros e em momentos de emoção, como por exemplo, nos jogos de futebol.
Palavras-chave: Preconceito. Racismo. Jornais brasileiros. São Paulo. Imagens. Discriminação.
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