A antropologia e a fotografia nascem juntas e desenvolvem uma história em comum. A partir da década de 80, desponta uma nova disciplina com objetivo de estruturar em torno da imagem e da antropologia uma metodologia e um conteúdo científico: a antropologia visual. È dentro dessa perspectiva que esse trabalho foi construído. Objetiva-se por meio do estudo, sobretudo das obras que contém as fotografias produzidas e publicadas pelo antropólogo Claúde Lévi-Strauss nos livros “Saudades do Brasil” (1994), “Saudades de São Paulo” (1996) e “Tristes Trópicos” (1955, no Brasil em 1996) - dando especial atenção à sua concepção sobre arte e fotografia - tentar resolver um paradoxo: por que Lévi-Strauss apesar de tirar tantas fotografias e de ser um excelente fotógrafo considera a fotografia uma arte menor? E, por que só fotografar durante sua estadia no Brasil e não mais em outras épocas e lugares de sua vida acadêmica? Percebe-se algumas hipóteses para essa situação: a primeira é o contexto da antropologia vivido na época, com a utilização da fotografia em grande escala e com a crescimento da racionalidade (esta proposta é também defendida por Samain); a outra, que Sylvia Novaes desenvolveu, é de que a fotografia não tem função na concepção estruturalista; uma outra explicação está baseada nas influências da lingüística no estruturalismo e, por último, uma explicação fundamentada na vida pessoal de Lévi-Strauss.
Palavras-chave: Antropologia. Fotografia. Arte. Lévi-Strauss.