Descrição:
GOLBA, Mônica Aparecida de Macedo
Esta dissertação apresenta uma investigação qualitativa sobre indisciplina escolar, na perspectiva de um grupo de alunos, da oitava série, do Ensino fundamental, de uma escola da Rede Pública Estadual, situada no município de Cândido de Abreu, Estado do Paraná. Os estudos sobre a indisciplina, na perspectiva de alunos, representam uma vertente fundamental a ser explorada, bem como um avanço necessário na pesquisa do tema. Na composição do referencial teórico, analisamos uma variedade de entendimentos conceituais sobre indisciplina escolar, destacando a perspectiva de alunos. Percorremos textos de pesquisas, realizadas tanto por teóricos brasileiros quanto por teóricos portugueses, considerando não só as distinções culturais, mas também a similaridade entre aqueles contextos escolares e o que apresentamos aqui. Em complemento à fundamentação teórica, realizamos investigação de campo, recorrendo ao método de pesquisa do tipo etnográfico. Ao longo da etapa de levantamento de dados, realizamos observações do cotidiano de sala de aula, na escola indicada, diálogos com professores, e entrevistas com o grupo de alunos, selecionados através de estratégia de amostragem intencional, por variação máxima. Entre os resultados obtidos, destacamos a perspectiva, entre os alunos, de que a indisciplina escolar seria expressão legítima, e que os significados atribuídos a ela seriam de natureza pedagógica. Haveria, pois, uma indisciplina legítima, diante de práticas inadequadas. Além disso, os alunos entrevistados atribuem sentidos distintos à indisciplina, em função do espaço onde ocorre. Em sala, a indisciplina teria o sentido de interromper o processo aula e de afrontar o professor, sinalizando a necessidade de se repensar o processo. A indisciplina fora da sala de aula refletiria conflitos e disputas entre alunos e turmas, assumindo o sentido de romper com a ordem e de gerar conflitos. Finalmente, observamos que a perspectiva dos alunos sobre indisciplina apresenta distinções em relação à perspectiva dos professores. Enquanto estes tendem a relacionar a indisciplina mais às suas causas, aqueles atribuem também sentidos à indisciplina, relacionados à fragilidade das práticas pedagógicas, exercidas pelos professores.
Palavras-chave: Educação, Práticas pedagógicas, Indisciplina escolar, Perspectiva de alunos.
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