Este trabalho objetiva analisar a constituição da subjetividade do indivíduo excluído, na modernidade. Valendo-se do pensamento de Michel Foucault, procura demonstrar que o fenômeno se dá como efeito de poder dominador, mediante a aplicação de técnicas e táticas de poder engendradas no sentido de acentuar a diferenciação entre as pessoas, em função de raça, etnia, condição econômica. Essa marcação diferencial confina determinados grupos de pessoas em guetos sociais nos quais se positivam mecanismos de vigilância, controle e punição que asseguram a consolidação e manutenção da exclusão social. Pessoas como o negro e o pobre, alijadas de bens sociais vitais como a educação, tendem a introjetar um sentimento de inferioridade que as faz crer não serem efetivamente titulares de direitos plasmados no ordenamento jurídico; creem-nos reservados a pessoas integrantes de uma suposta classe superior, identificadas por titulação acadêmica, condição econômica ou posição social.