A partir do processo revolucionário de fevereiro de 1917 que fez renascer os órgãos de duplo poder elevando a tensão na luta de classes, somados a impotência do governo provisório burguês e a sabotagem capitalista da produção, a classe operária, através da organização de comitês de fábrica, foi levada a impor seu poder no âmbito das fábricas, inicialmente com o objetivo de manter a produção. Com o crescimento deste poder operário nas fábricas começou a se desenvolver um controle operário da produção que, apesar de todo esforço, não podia superar a crise econômica e política daqueles dias de guerra e na impossibilidade de se tornar um controle operário efetivo no âmbito do regime capitalista, acabou por se combinar a tarefa de tomada do poder de Estado no decorrer do processo revolucionário que culminou em outubro.