Categoria: História Dissertações |
Inquietações modernas: discurso educacional e civilizacional no períodico "A Escola" (1906-1910) |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
MARACH, Caroline Baron
No início do século XX, durante o processo de consolidação da República brasileira, o ambiente cultural da maioria de suas capitais esteve permeado por uma intensa circulação de discursos suscitados por movimentos sociais, literários e políticos. Esse interessante período de efervescência cultural tem, como uma de suas expressões, a revista paranaense "A Escola: órgão do grêmio dos professores públicos do Paraná", cuja circulação se deu entre os anos de 1906 a 1910. Acredita-se que tal periódico, enquanto objeto de análise, pode vir a esclarecer os principais aspectos suscitados em torno da questão educacional no início do século XX. Nele, um grupo de escritores pôde deixar suas impressões tecidas a partir da trama de seu próprio tempo, traduzindo, em seus escritos, parte das principais transformações e permanências culturais vivenciadas. É este contexto que se busca conhecer, a partir de uma análise histórico-linguística dos artigos do dito periódico. O corpo documental deste trabalho, além dos artigos da revista, também abrange obras biográficas de forma a caracterizar os principais colaboradores de "A Escola" e as instituições por quais estes homens passaram. Também foram postas à interpelação fontes oriundas do aparelho administrativo do Estado, posto que ajudam a desvendar sutilezas em que se move o pensamento do poder. Entendendo que os intelectuais de "A Escola" constituíam um grupo pelo fato de compartilharem uma mesma linguagem, este trabalho busca estabelecer as relações entre os vocábulos mais frequentes e o sentido que lhes era trazido na época de sua enunciação. Juntamente com o objetivo de compreender o léxico político comum a tal grupo de intelectuais paranaenses, buscou-se também compreender as motivações e projetos de seus integrantes, os quais, na posição de "pedagogistas" e professores, escreviam para seus demais colegas de magistério. A figura do escritor assume, portanto, considerável importância já que é entendido como todo aquele capaz de traduzir em discurso uma certa realidade cultural e transformar suas experiências de vida em ideias sintetizadas. Em suas produções, tal intelectual faz uso de uma linguagem própria da época. Ao mesmo tempo em que conforma discursos, também é conformada por eles. Tem-se, portanto, em A Escola, palavras como tradição e modernidade, ciência e ignorância, razão e crendices que podem revelar as concepções de mundo de seus colaboradores. Estas engendraram, para além de discursos, práticas que perdurariam nas décadas seguintes do século XX.
Palavras-chave: Intelectuais. Modernidade. História do Paraná. Análise do Discurso. Educacional. Educacionistas.
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1777 0 bytes PPGE - UFPR http://www.ppge.ufpr.br/inicio.htm |
Categoria: História Dissertações |
Mato que vira mar, mar que vira mato: o território em movimento na vila de pescadores ... |
Versão: PDF Atualização: 21/11/2013 |
Descrição:
BAZZO, Juliane
Situada na Ilha do Superagüi, Estado do Paraná (Brasil), a vila de pescadores de Barra de Ararapira abrange um território em permanente mudança. Um processo erosivo natural – originado na chamada barra – impõe a seus habitantes a necessidade de transferência periódica de construções em terra e rotas de pesca. Em 1997, quando da ampliação do Parque Nacional do Superagüi, Barra de Ararapira foi incluída no interior dessa unidade de conservação, cujos limites são dados por coordenadas fixas que pouco combinam com a mobilidade do território do vilarejo. Ocorre assim o choque entre duas racionalidades distintas: de um lado, um grupo de forte vínculo com seu lugar graças ao exercício constante da memória; de outro, uma política pública na qual parques nacionais são espaços de proteção integral, onde a ação humana é vetada para assegurar o futuro do planeta. Esta etnografia se propõe a uma abordagem da problemática da territorialidade em Barra de Ararapira, a partir do traçado de sua “cosmografia”, delimitada por cinco itens: história de ocupação guardada na memória coletiva; vínculos afetivos com o território; regime de propriedade; uso social dado ao espaço e mecanismos de proteção dele. O trabalho de campo revelou que laços de parentesco e a devoção religiosa operam enquanto idiomas nativos para reconstruir, ordenar e refletir sobre um território em constante transformação. Ademais, evidenciou como esses elementos são acionados pelos pescadores em situações de defesa territorial.
Palavras-chave: Povos e comunidades tradicionais. Unidades de conservação ambiental. Conflitos socioambientais.
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1673 0 bytes PPGAS - UFPR http://www.humanas.ufpr.br/portal/antropologiasocial |
Categoria: História Dissertações |
Outras narrativas da nacionalidade: o movimento do Contestado |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
DALFRÉ, Liz A.
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão histórica acerca de algumas representações produzidas durante a década de 1910 sobre o Movimento do Contestado. Centrando a análise nos textos produzidas pela imprensa periódica escrita paranaense e pelos militares, compreendemos que as narrativas desse evento estiveram inscritas em uma comunidade de imaginação, onde determinadas noções foram recorrentes. Verificamos a tensão existente entre concepções românticas e racionalistas nas reflexões a respeito dos habitantes do interior e que demonstraram o interesse de determinadas instituições do período, na constituição de uma identidade nacional e regional. Essas narrativas também possibilitaram refletirmos acerca da importância da obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, na formação de um pensamento sobre o conflito sulino. As narrativas fundantes do Movimento do Contestado, convergiam para uma representação comum no período, onde o homem do interior, apesar de considerado bárbaro e ignorante, também foi eleito como o elemento autenticamente nacional. Nesse sentido, os textos que narraram o conflito na segunda década do século XX, mostraram-se permeados por dúvidas e contradições em torno da necessidade de exterminar os rebeldes, por um lado considerados inimigos da República, porém, por outro lado, compreendidos enquanto cerne da verdadeira nacionalidade.
Palavras-chave: Narrativas. Contestado. República. Paraná.
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1280 0 bytes PGHIS - UFPR http://www.humanas.ufpr.br/portal/historiapos/?lang=pt |
Categoria: História Dissertações |
Sinal vermelho: a trilogia da devoração de Oswald de Andrade e a censura do Estado Novo |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
MEDEIROS, Mirna Aragão de
Este trabalho pretende abordar a relação entre Estado Novo (1937-1945) a e censura teatral. Para tal, partimos do conceito de Estado ampliado, de Antonio Gramsci, que entende o Estado não apenas em seu sentido estritamente político, mas também cultural e ideológico. É importante ressaltar que nesse período a questão da cultura foi concebida visando a uma organização política, ou seja, à criação de instituições culturais próprias, destinadas à produção e à propagação da concepção de mundo e se utilizava do setor artístico para tal. Este campo era especialmente ligado ao governo Getúlio Vargas, e particularmente ao ministro Gustavo Capanema. Procuramos mostrar que além da censura do Serviço Nacional do Teatro (SNT) e a do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), existiam também a censura do gosto e a imposta através dos financiamentos estatais. Para tal, considerando que nos textos de Oswald de Andrade "A Morta", "O Rei da Vela", "O Homem e o Cavalo", dentre outros, há um caráter contrahegemônico, e levando em conta a afirmação de Bakhtin de que "a palavra é a arena onde se confrontam os valores sociais contraditórios; os conflitos da língua refletem os conflitos de classe no interior do mesmo sistema", tomaremos esses trabalhos como objeto de análise.
Palavras-chave: Teatro. Oswald de Andrade. Estado Novo. Censura.
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3126 0 bytes PPGH - UFF http://www.historia.uff.br/stricto/ |
Categoria: História Dissertações |
"Ao Correr da Pena": história e representação dos Kaingang no jornal A Voz de Chapecó. 1939 – 1953 |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
MACEDO, Márcio de
Na primeira metade do século XX, uma parte da região Sul do Brasil passou por um processo de intensa ocupação. Disputas territoriais entre Brasil e Argentina, e posteriormente entre Santa Catarina e Paraná, resultaram em políticas nacionais e estaduais de ocupação territorial do atual município de Chapecó. Uma grande leva de colonos foi deslocada do Rio Grande do Sul rumo à região que estava sendo ocupada. Aproveitando da situação, empresários riograndenses aderiram ao projeto da colonização, comprando extensas áreas de terra no oeste catarinense para venderem a colonos trazidos do estado vizinho. Com a ocupação das terras, índios que viviam na região passaram a enfrentar dificuldades, principalmente relacionadas à ocupação das áreas onde viviam. Com o povoamento, surgiram alguns municípios, como Chapecó. Nessa cidade, um grupo criou, no ano de 1939, o primeiro jornal da região. Nele, o tema "índios" recebeu especial atenção de Antonio Selistre de Campos, um dos fundadores do jornal e dos seus principais articulistas. Ao tratar da questão, ele construiu, por meio de seus escritos, determinadas representações dos índios que habitavam o município. Nota-se, em seus escritos, grande empenho em contribuir com a melhoria de vida dos índios. Ao mesmo tempo, seus artigos sobre os indígenas expressam também a defesa de um projeto político e partidário, que partilhava com um grupo específico do município e do Estado. As representações que este articulista construiu sobre os indígenas e a relação desta construção com sua atuação política são as principais questões investigadas nesta dissertação.
Palavras-chave: Índios. Jornal. Colonização. Representação. Política. Chapecó.
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Categoria: História Dissertações |
"Em cada museu que a gente for carrega um pedaço dele": compreensão do pensamento histórico |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
COMPAGNONI, Alamir N.
Este trabalho tem como tema as "aulas-visitas" aos museus, a partir das aulas de História. Procedeu-se, em um primeiro momento, a uma análise de projetos que escolas e professores enviaram à Secretaria Municipal de Educação de Araucária, Paraná, Brasil, cujo objetivo era levar os alunos aos museus ou espaços históricos. Os projetos tomados para análise foram relativos aos anos de 2005, 2006 e 2007, de 1a a 8a série do Ensino Fundamental, Classe Especial e Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino de Araucária. A metodologia adotada na pesquisa é de caráter qualitativo, envolvendo o pesquisador, no contato com os projetos, em um trabalho com as escolas, com os sujeitos pesquisados, crianças/alunos e professores. Na leitura e análise procurou-se mapear e entender as ideias históricas de professores e crianças/alunos, como e por que as escolas e os professores levam aos museus. Durante o estudo e a pesquisa buscou-se discutir, com base nas ideias de Dubet (1996), como os professores veem os sujeitos estudantes de 1.a a 4.a série e de 5.a a 8.a série do Ensino Fundamental. Discute-se, também, a organização da aula-visita na escola antes de ir ao museu, a ida ao museu, bem como a volta deste. Por fim, apresentam-se os resultados da pesquisa com crianças/alunos na escola e a análise das narrativas das crianças/alunos, procurando-se detectar indicativos da presença da consciência histórica nestes com base nos estudos de Rüsen (1992). O trabalho se insere no conjunto de pesquisas relativas à Educação Histórica, em especial às pesquisas ligadas à cognição histórica situada, a qual levou em consideração a compreensão das ideias dos sujeitos escolares no contexto do ensino de história.
Palavras-chave: Museu. "Aula-visita". Sujeitos. Consciência histórica.
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Categoria: História Dissertações |
"Por Deus e pelo Brasil": a juventude brasileira em Curitiba (1938-1945) |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
STEIN, Cristiane Antunes
O objetivo dessa pesquisa é investigar a ação da "Juventude Brasileira" na capital do Paraná, utilizando explicações históricas acerca dos caminhos percorridos pela cultura cívica que se manifestou na escola curitibana ao ser instrumentalizada por valores patrióticos construídos pela Ditadura Vargas. Apesar do recorte residir em um momento de importância da história política: o Estado Novo, este estudo opta por entender e interpretar os traços culturais escolares e cívicos da Juventude Brasileira desde os anos que se iniciam os debates sobre a necessidade de organizar os jovens brasileiros até a extinção oficial do movimento, qual seja, 1938-1945. Com o lema: "Por Deus e Pelo Brasil", a organização desse movimento passou por diversas e até mesmo, divergentes modificações ao longo de seu processo de criação. Se em 1938, Francisco Campos, Ministro da Justiça do Governo Vargas, irá propor a criação da Organização Nacional da Juventude (ONJ), será somente após várias mudanças no projeto inicial, resultantes das discussões em torno do caráter militar do movimento, que o novo titular da pasta da Educação, Gustavo Capanema, assume a responsabilidade pela criação da ONJ, fundando em 1942, a Juventude Brasileira. Com a missão de inculcar valores cívicos-patrióticos nas crianças e jovens, formar um corpo militar de elite, promover um meio de extensão escolar e auxiliar na manutenção do regime político do país, esse movimento extra-escolar marcou a educação e o imaginário social da época. Para compreender melhor esse objeto, se fez necessário aprofundar discussões em torno das aproximações da "Juventude Brasileira" com as juventudes da Europa, em especial a "Hitlerista" já que ambas tinham estratégias semelhantes de inculcação do sentimento de raça, uma extrema preocupação com a preparação física e o culto ao corpo. Este movimento esteve presente dentro do universo escolar e utilizou a escola como principal veículo da propagação de seus ideais. Participava de desfiles em datas comemorativas, tinha uniforme e distintivos próprios, calendário previamente definido e imprimia uma grande importância à preparação do corpo e exercícios físicos, delegando grande destaque à questão da eugenia, mais especificamente da raça. Também no Paraná, a "Juventude Brasileira" teve razoável expressão representada pelos vários desfiles, campanhas e cerimônias, que contavam com a participação de milhares de jovens. Diante disso, essa pesquisa suscita questionamentos que permitem refletir sobre as implicações de tal movimento no universo escolar, social, cultural do país no Estado Novo: Qual foi a intensidade da atuação da "Juventude Brasileira" no Paraná? De que forma este movimento influenciou na educação escolar? Como o movimento e sua atuação contribuíram para a construção de um imaginário coletivo nos jovens escolares que dele participaram? Até que ponto a "Juventude Brasileira" buscou inspiração na "Juventude Hitlerista", da Alemanha? Para o trabalho de análise, esta pesquisa utiliza referências bibliográficas sobre o período, e fontes como os jornais curitibanos Gazeta do Povo e Diário da Tarde, e a Imprensa Escolar, que consiste em um conjunto jornais escolares financiados para enaltecer o regime. Além destes, um conjunto de livros, revistas, fotografias, legislação que estão depositados no CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação Contemporânea).
Palavras-chave: Juventude. Curitiba. Educação. História. Movimento da juventude.
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Categoria: História Dissertações |
"Ressurreições Luminosas" - cinema, história e escola: análise do discurso em épicos |
Versão: PDF Atualização: 2/10/2013 |
Descrição:
MOCELLIN, Renato
O cinema é um meio de comunicação que exerce enorme influência na forma como as pessoas de um modo geral - e as em idade escolar em particular - constroem seu saber histórico, cultural e ideológico. Inspirados na orientação pedagógica dos Parâmetros Curriculares Nacionais - que defendem que é preciso ensinar o estudante a pensar/refletir historicamente – encaminhamos esta pesquisa para uma abordagem que contempla o cinema como objeto de análise, direcionando-a para a investigação das concepções históricas e ideológicas a que os alunos têm acesso através da indústria cinematográfica. Foram analisados os quatro filmes com conteúdo histórico com maior rentabilidade da história do cinema mundial, produzidos nos últimos dez anos: Gladiador (2000); Tróia (2004); Cruzada (Kingdom of Heaven, 2005) e 300 (2007). O método de análise escolhido foi a análise do conteúdo, para a qual estabelecemos duas unidades principais de registro (que, por sua vez, agruparam diversos outros conceitos): conteúdo histórico e conteúdo ideológico - este analisado sob a perspectiva da analise do discurso. Este trabalho buscou avançar na discussão do cinema sob uma perspectiva que reúne três campos de estudos aparentemente independentes: História, Comunicação e Educação. A fundamentação teórica, portanto, está articulada em torno de quatro eixos principais de estudo: História, historiografia e ensino da História; cinema como indústria cultural; educação para as mídias/letramento midiático e análise do discurso - esta como método de análise que objetiva desvendar as construções ideológicas materializadas nas práticas discursivas para se chegar ao letramento midiático - sem o qual o sujeito não chega a compreender o poder que os meios de comunicação têm na construção da cultura, do conhecimento histórico, da ideologia, das estruturas sociais e das relações socioculturais. Os filmes estudados estão repletos de erros fáticos e anacronismos, não revelando, de um modo geral, maior compromisso com a veracidade histórica. Seus discursos ideológicos convergem para um discurso pró-guerra, justificado pela luta pela liberdade e conquista da paz, enaltecendo-se a valentia do soldado que morre por sua pátria e o heroísmo das conquistas militares. A análise do conteúdo histórico e dos enunciados presentes nas obras selecionadas permitiram-nos fazer algumas considerações sobre a ligação entre os filmes, o passado histórico que alegam resgatar e o ideológico da sociedade que representam.
Palavras-chave: Cinema e ensino de História. Educação. Comunicação e História. Letramento Midiático. Análise do discurso no cinema histórico.
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4590 0 bytes PPGE - UFPR http://www.ppge.ufpr.br/inicio.htm |
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