David Hume é tradicionalmente classificado como um filósofo céptico e até mesmo irracionalista. Mas, o que significa ser um céptico? Neste ensaio vou tentar clarificar em que sentido é que Hume pode ser considerado um céptico e que tipo de cepticismo lhe pode ser coerentemente atribuído.
Palavras-chave: Cético. David Hume. Teoria do conhecimento.
Este texto é uma discussão entre Ulrich Beck e Danilo Zolo sobre a sociedade global atual, abordando temas como: a nova modernidade, o globalismo econômico e o fundamentalismo mercantil, a globalização cultural, a ordem política mundial, entre outros.
A contribuição sartriana figura entre as mais originais fornecidas ao marxismo no século XX. Em Questão de método, livro que abordaremos nesse artigo, o objetivo de Sartre é conciliar a liberdade humana e a singularidade do acontecimento histórico, conquistas de seu existencialismo, com a interpretação histórica do materialismo marxista, sem maiores traumas para ambos. O que pretendemos é justamente expor, de maneira sucinta, alguns aspectos dessa empresa, salientando como Sartre espera "salvar" a Filosofia Marxista de se degenerar numa "antropologia inumana" oriunda do dogmatismo do qual ela foi vítima ao longo do século passado.
Palavras-chave: Marxismo. História. Existencialismo. liberdade. Ação humana.
698 0 bytes Cadernos de Ética e Filosofia Política
Este trabalho constitui um resumo da interpretação global do Tractatus apresentada em meu livro Iniciação ao silêncio, publicado em 1998, e procura mostrar que este texto de Wittgenstein é de fato uma obra de iniciação, no sentido de expressar uma experiência que envolve a complementaridade entre “morrer” e “renascer”. A ideia central é a de que a crítica da linguagem, quando levada às suas últimas consequências, desemboca no suicídio do discurso filosófico (morte), abrindo assim caminho para uma clarificação conceitual de caráter lógico que culmina na contemplação silenciosa do sentido da vida (Renascimento).
Palavras-chave: Wittgenstein. Tractatus. Lógica. Crítica da linguagem. Ética. Misticismo.
No imbricamento entre a dimensão estilística e o conteúdo positivo das teses filosóficas de sua obra, a autobiografia surge para Nietzsche como o dispositivo segundo o qual ambos se reúnem, tornando-se indissociáveis. Esse procedimento é evidente em textos como Ecce Homo, mas está presente em textos muito mais antigos, como as tentativas autobiográficas de sua época de estudante secundarista. A análise do surgimento, nesse momento, do problema da escritura de si mesmo como prática político-filosófica pode nos levar a propor um princípio estratégico coerente para a leitura dos escritos de Nietzsche como “obra”.
O prefácio do Tratado Teológico-Político contém uma teoria da superstição com três partes. Na primeira, Espinoza expõe a gênese psicológica da superstição; na segunda, utiliza um exemplo histórico preciso para comprovar sua tese; na terceira, expõe o uso político da superstição para mostrar como a monarquia vive de sua exploração. Analisaremos separadamente cada parte para, no fim, mostrar como se articulam formando a teoria da superstição.
O artigo se dedica a analisar alguns aspectos da teoria de Bergson sobre a noção de duração real. Bergson coloca em questão a tradição filosófica, que se funda no pressuposto da permanência e do imutável, e constata o movimento da vida e a temporalidade como fundamento de uma nova ontologia.
A maior parte da música contemporânea exibe características de um "bem de consumo", dominado mais pelo valor de troca do que pelo valor de uso. A dicotomia real não é entre "música séria" e "música ligeira", mas entre "música comercial" e "música não orientada para o mercado". Um dos resultados desta mercadorização da música e da sua massificação é a desintegração actual da educação: os consumidores da arte são incapazes de considerar e de conhecer a distinção entre a "arte superior autónoma" e a "arte comercial ligeira".
Propomo-nos, neste artigo, analisar a correspondência existente entre os modelos de paideía e cidadania na Atenas do período Clássico (séculos V e IV a.C1). Utilizaremos como documentação textual as obras a Política, de Aristóteles, e as Leis e República, de Platão.