Categoria: História Artigos |
Uma nova política exterior depois do apartheid? |
Versão: PDF Atualização: 30/9/2013 |
Descrição:
DÖPCKE, Wolfgang
A partir de 1989, o subcontinente sul-africano, até então uma das principais regiões mundiais de conflito, passou por um processo de mudanças que o transformou em uma zona de paz entre os Estados. Com a exceção da guerra civil em Angola, todas as principais ameaças à segurança regional haviam sido eliminadas, e, consequentemente, a região começou a gozar de uma situação de segurança interestatal desconhecida há mais de uma geração. Esta transformação em um ambiente regional mais pacífico se deu passo a passo. Começou com a retirada das tropas sul-africanas de Angola e a solução do conflito sobre a Namíbia em 1988, seguida pelas eleições livres e pela independência deste país em 1990. Ao mesmo tempo, a África do Sul iniciou um processo de redefinição de sua política regional, despedindo-se efetivamente da desestabilização e da política das guerras não-declaradas contra os seus vizinhos, que tanto caracterizaram a Total National Strategy dos anos 80. A partir de 1990, a própria África do Sul realizou um processo de reformas internas, chegando a extinguir o regime do apartheid, acompanhado por um profundo realinhamento da inserção regional e mundial do país. Já em 1993, foram eliminadas quase todas as sanções contra o antigo paria da comunidade internacional.
Palavras-chave: Apartheid. África do Sul. Brasil. Raça.
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653 0 bytes Revista Brasileira de Política Internacional http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-7329&lng=en&nrm=iso |
Categoria: História Artigos |
Uma Geração em debate: Beats ou Beatniks? |
Versão: PDF Atualização: 30/9/2013 |
Descrição:
ALMEIDA, Marcos Abreu Leitão de
O presente artigo tem como objetivo entender de que forma a Geração Beat foi recepcionada pela sociedade americana da década de 1950, e como seus membros, por sua vez, reagiram a esta recepção. Entendemos que o melhor percurso para alcançar tal objetivo seria o de recuperar o amplo debate nos principais periódicos americanos que tinha como questão premente entender o que era ser beat. Ao efetuar tal operação, resgataremos os dilemas, intenções, e preocupações de homens que viveram nos Estados Unidos no fim da década de 50 adentrando, ao menos um pouco, no seu universo mental, além de re-inserir a Geração Beat em seu contexto de produção. É notável a quantidade de produções, acadêmicas ou não, que afirmam que a Geração Beat é a origem da contracultura dos anos 60. Ainda que não se possa negar que os Beats influenciaram muito a contracultura – a ponto de Ginsberg afirmar que as letras de Bob Dylan eram a certeza de que a "tocha" havia sido passada -, também é inegável que o ídolo das origens é o canto das sereias de todo historiador e deve ser evitado, pois o leva frequentemente ao anacronismo. Quando os livros dos escritores Beats foram lançados na segunda metade da década de 1950, nos Estados Unidos, seus autores encontraram em setores consideráveis da sociedade americana um público hostil. Classificados como subliteratura, com poemas censurados, e extremamente criticados nos principais jornais americanos, alguns membros da Geração Beat tentaram se defender. Disso resultou um amplo debate que recheou diversas páginas dos impressos americanos, entre 1957 (ano do lançamento de On the Road) e 1960, sobre o que era a Geração Beat. Tais debates envolviam jornalistas, escritores, críticos literários, e até psiquiatras e políticos, além dos próprios beats.
Palavras-chave: Geração Beat. Década de 50. Arte. Cultura.
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Categoria: História Artigos |
Um conflito em imagens: representações fotográficas da Revolta dos Posseiros de 1957 |
Versão: PDF Atualização: 30/9/2013 |
Descrição:
PEGORARO, Éverly
Este artigo analisa algumas fotografias produzidas pelo fotógrafo Osvaldo Jansen, de O Estado do Paraná, sobre a Revolta dos Posseiros de 1957, no sudoeste do Paraná. Pode-se perceber, em suas imagens, a preocupação de cunho humanista e testemunhal. Questiona-se como o olhar urbano de um fotógrafo da capital paranaense, inserido em um conflito agrário no interior do estado, influencia nas possibilidades de leitura dessas imagens. Partindo do pressuposto de que as fotografias de imprensa servem ao intuito de representação documental dos fatos e, ao mesmo tempo, de construção simbólica de informação, questiona – e procura desvendar – o que as fotografias do levante revelam e o que escondem.
Palavras-chave: Fotojornalismo. História. Revolta dos Posseiros de 1957. Sudoeste do Paraná.
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620 0 bytes Discursos Fotográficos http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos |
Categoria: História Artigos |
Tropeirismo: Processo civilizatório da região sul do Brasil |
Versão: PDF Atualização: 30/9/2013 |
Descrição:
FRASSON, Antonio Carlos & GOMES, Silvestre Alves
A essência da vida nos idos do século XVIII no Brasil Colônia passou por um emaranhado de situações em seus paradigmas econômicos, culturais e sociais que foram construídos e evidenciados ao longo da história brasileira. Entre esses encontra-se o movimento tropeirista. Essa atividade recebeu o nome de tropeirismo em razão das tropas, que eram constituídas principalmente de muares para serem comercializadas em Sorocaba-SP, onde se realizavam grandes feiras desses animais, o que promovia o comércio de outros produtos, causando grande movimentação nesse povoado que rapidamente prosperava. Além das mulas, a mercadoria mais valorizada na época, os tropeiros (proprietários e/ou condutores de tropas) transportavam também gêneros alimentícios, produtos manufaturados, inclusive os importados da Europa, e também faziam intercâmbio de informações. Devido às transações comerciais de compra e venda de muares destinados ao transporte de mercadorias, realizadas nos centros urbanos que estavam em crescente formação, caso específico dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e por compreender grande movimentação no deslocamento desses rebanhos de regiões distantes, esse movimento tornou-se um importante fator de formação sócio-político-econômica das regiões que abrangeu, razão pela qual é considerado por historiadores como uma das atividades mais relevantes de nossa história. Dentre os diversos caminhos estabelecidos pela atividade tropeira na região sul do Brasil, os de maior relevância são: Caminho do Viamão, Caminho da Vacaria, Caminho das Missões e Caminho de Palmas. As reflexões que se ensejam neste artigo têm em foco o Caminho do Viamão, percorrido pelos tropeiros paulistas, principalmente, que se deslocavam até Viamão – no atual Rio Grande do Sul, para tanger tropas, principalmente de muares, até Sorocaba – São Paulo. Essa rota, também conhecida como Caminho do Viamão, Caminho das Tropas, ou ainda, Estrada Real, cortava os campos de domínios português e espanhol, dos atuais Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e São Paulo. Ao longo do percurso, do Caminho do Viamão, os pousos dos tropeiros deram origem a importantes cidades como: Viamão, Vacaria, Lages, Rio Negro, Lapa, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Sengés, Itararé, Itapeva, Itapetininga, Sorocaba, entre outras. Assim, objetiva-se, neste trabalho, analisar o papel dos tropeiros, por intermédio do movimento ensejado no Paraná, o Caminho das Tropas, como suporte e referência de aspectos sociais, considerando nesse caminho ocorreu um processo de integração e desenvolvimento do estado do Paraná. Para isso, o eixo central da análise questiona se o movimento tropeirista pode ser considerado como uma configuração social dentro do processo civilizatório no Paraná. Para tanto, do ponto de vista metodológico, este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória de cunho documental e bibliográfico tendo, como suporte, as obras do sociólogo Norbert Elias. Acrescente-se a isso que Elias estabelece um novo caminho para analisar a configuração da sociedade. A base para se assumir essa ideia é a de que, como já predisse Elias, quanto mais histórica a sociologia ou mais sociológica a história, mais adequada se torna uma determinada metodologia interpretativa. A conclusão ensejada neste trabalho conduz para o entendimento de que o movimento tropeirista, no Paraná, demonstra que, em virtude da necessidade de paradas para o descanso e de alimentar a tropa e tropeiros, originaram-se povoados, os quais foram se transformando em cidades. Este fato por si só possibilitou, de maneira gradativa, a integração entre as economias regionais e a população brasileira, constituindo-se, um dos elementos essenciais de uma estrutura organizacional que se apresenta em diversas formas de interrelacionamentos ou entrelaçamentos sociais que permitem melhor compreensão do processo de transformação social.
Palavras-chave: Tropeirismo. Caminho das Tropas. Processo Civilizador.
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Categoria: História Artigos |
Testemunho, juízo político e história |
Versão: PDF Atualização: 30/9/2013 |
Descrição:
KOLLERITZ, Fernando A partir de um comentário sobre as propriedades características do gênero testemunhal, descrevem-se as respectivas situações ideológicas que presidiram à recepção de depoimentos sobre os campos de concentração nazistas e comunistas quando da sua publicação no Ocidente. Ao sublinhar a dimensão moral do testemunho e mostrar que os saberes dele advindos baseiam-se em práticas de reconhecimento, aponta-se, complementarmente, para situações em que o historiador vê-se por ele interpelado. Situações em que sua arte depende unicamente do ouvido que prestar ao apelo testemunhal. Nesse momento o testemunho não é mais fonte, pode tornar-se algo como um ultimato. Permutadas, assim, as posições, não fica o historiador exposto ao testemunho, carregando a inteira responsabilidade de sua audiência? Não deve o cultor de Clio a certos endereçamentos, por lacunares e subjetivos que sejam?
Palavras-chave: Testemunho. Totalitarismo. Narrativa. Veracidade. Autenticação.
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524 0 bytes Revista Brasileira de História - USP http://www5.usp.br/servicos/revista-brasileira-de-historia/ |
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