Inicialmente, confrontam-se as concepções entre o letramento e a alfabetização tradicional. O letramento como relação semiótica do uso das linguagens e contínua interpretação dos discursos pluraliza sua prática em múltiplos letramentos. As vozes de Costa, Cavalcante Junior, Soares são imprescindíveis para compreendê-lo. Seu esboço histórico na sociedade contemporânea transforma-se em um divisor de águas, embora sejam recentes suas discussões. Mais adiante, sua fundamentação abarca a necessidade do discente surdo, porque vai explorar a competência lingüística dele – a LIBRAS, e preocupa-se com práticas psicossociais em comunidades ágrafas para discutir a interlocução da língua de sinais e língua portuguesa na escrita do surdo. O letramento na educação de surdos faz uma leitura dos entornos dessa sociedade e seus aspectos cultural-lingüísticos, com o apóio da Sociologia e da Lingüística. Lakato, Quadros, Fernandes são importantíssimos para dimensionar a visão sobre esse complexo grupo social. Para melhor compreensão são apresentados alguns modelos frasais da língua de sinais e ensaios interpretativos de enunciados justapostos dela com a língua portuguesa. O debate da revisão e releitura da escrita do surdo para o aprimoramento da segunda língua, considerando a primeira vale-se para construir sua educação na perspectiva do letramento.