Descrição:
SULZBACH, Ândrea Cristina
Este trabalho possui como objeto de estudo a linguagem teatral presente em quatro filmes que se apropriam de fundamentos intertextuais na construção da estrutura cenográfica e representativa. Os filmes selecionados são Dogville (Lars Von Trier, 2003), César Deve Morrer (Paolo e Vittorio Taviani, 2012), Vocês Ainda não Viram Nada (Alain Resnais, 2012) e Anna Karenina (Joe Wright, 2012). O objetivo geral é verificar os elementos presentes no processo criativo, nos referidos filmes, que dialogam entre si. Os objetivos específicos versam sobre o aprofundamento das interconexões percebidas, tendo como desdobramento principal a presença das Artes Cênicas, seja em espaços não convencionais, seja em inserções no cinema hegemônico. O estudo inicial analisa a abordagem e a arquitetura visual dos diretores dentro de períodos cinematográficos específicos que contribuíram com suas obras. Os movimentos identificados foram Dogma 95, Neorrealismo, Nouvelle Vague e Cinema Clássico. A metodologia comparativa enfoca o contraponto entre as três montagens européias e a norte-americana de Anna Karenina, a partir da produção cênica. A hipótese é de que a apropriação da linguagem teatral como intertexto proporciona um cinema reflexivo que é concebido de maneiras diversas, como estrutura física, como ação/encenação, como metatexto e como palco com efeito de espetáculo, respectivamente, nos quatro filmes do corpus. Para o estudo do espaço cênico com efeito de distanciamento são utilizadas as definições de Bertolt Brecht. O método de Constantin Stanislavski serve para o estudo da encenação naturalista. A análise geral dos elementos cênicos se apoia nas definições de Jean-Jaques Roubine e Jacques Aumont. O cinema de opacidade e transparência segue os preceitos de Ismail Xavier. O conceito de intertextualidade de Julia Kristeva e o de espetáculo de Guy Debord completam o referencial teórico.
Palavras-chaves: Cinema. Teatro. Intertextualidade. Cenografia. Encenação.
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