Esta dissertação tem como propósito avaliar a presença da palavra (sob a forma escrita) na obra de arte. Partimos do entendimento que tal inscrição não serve apenas como título ou modo peculiar de caligrafia, mas se presta a referendar a presença do signo verbal no campo visual das obras para além de uma função ornamental ou explicativa. Para tornar possíveis as reflexões em torno desse objetivo e premissas, adotamos o conceito de rizoma dos filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari, uma plataforma teórico-metodológica que vem nos franqueando possibilidades múltiplas de estabelecer novas cartografias a partir do território visual, com intuito de rastrear linhas que permitam o estabelecimento de novos campos e ao mesmo tempo em poder nos levar a novas linhas de fuga, de desterritorialização, da eclosão do novo. O corpus de pesquisa escolhido está circunscrito às obras dos artistas Jean-Michel Basquiat e Leonilson Bezerra Dias. O fato de ambos apoiarem-se com frequência no par escrita versus imagem justifica a nossa escolha por esse objeto. Entre os resultados alcançados até o momento, verificou-se que a conjugação entre várias materialidades de linguagem responde aos princípios de construção de sentidos sem que nenhuma possa desempenhar papel hierárquico na posição dos elementos. Tal constatação, extraída do campo artístico, poderá ser estendida aos suportes visuais da contemporaneidade – cinema, TV, internet –, que se apoiam igualmente, no cruzamento de vários códigos da linguagem.
Palavras-chave: Signo verbal e visual. Rizoma. Discurso. Arte. Imagem.
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