Descrição:
XAVIER, Audineia Martins
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) são os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Apresentam alta prevalência em quase todos os países, o que se deve, principalmente, às transformações socioeconômicas e sociodemográficas associadas aos novos recursos tecnológicos desenvolvidos nos últimos tempos. No entanto, o aumento da incidência de HAS e DM apresenta diversas consequências individuais, além de aumentar os gastos com o sistema público de saúde. O presente trabalho tem como objetivo analisar as características socioeconômicas, sociodemográficas e de qualidade de vida de portadores de HAS e/ou DM participantes de grupos de convivência de Guarapuava, PR. Participaram da pesquisa indivíduos adultos e idosos, portadores de HAS e/ou DM e cadastrados em 16 grupos de convivência de Guarapuava no Programa Hiperdia. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, utilizando-se um questionário sociodemográfico e um questionário avaliativo sobre a qualidade de vida (WHOQOL-bref). Participaram efetivamente da pesquisa 205 indivíduos, sendo 136 (66,34%) hipertensos, 13 (6,34%) diabéticos e 56 (27,32%) com ambas as patologias. Verificou-se uma maior predominância de indivíduos com HAS isolada nos grupos de convivência do município. Além disso, a maioria dos participantes informou ser casado, do sexo feminino, da raça branca, de religião católica, com baixa escolaridade, elevado número de filhos, morar em residência própria e na zona urbana e apresentar uma baixa renda mensal. Os indivíduos com idade ≥ 65 anos apresentaram menor prevalência de HAS isolada e HAS+DM associadas, enquanto as pessoas não alfabetizadas tiveram maior ocorrência dessas patologias. A raça parda demonstrou maiores chances para o desenvolvimento de DM isolado e HAS+DM, quando comparada a outras raças. Além disso, as mulheres com ≥ 65 anos e que têm moradia própria quitada apresentaram maiores chances de desenvolver HAS isolada. Contrariamente, as mulheres residentes na zona rural tiveram menores chances para o aparecimento de HAS e HAS+DM, se comparadas àquelas da zona urbana. Uma renda econômica menor também influenciou para reduzir a prevalência de HAS (p<0,05) entre as mulheres. A maioria dos indivíduos avaliados classificou-se com uma boa qualidade de vida, principalmente para o domínio psicológico, enquanto o domínio físico foi aquele que apresentou menor classificação de qualidade de vida. Conclui-se que os fatores socioeconômicos, sociodemográficos e de qualidade de vida interferem diretamente no cotidiano de indivíduos portadores de HAS e/ou DM participantes de grupos de convivência de Guarapuava, PR.
Palavras-chave: Doenças crônicas não transmissíveis. Políticas públicas de saúde. Ações em saúde.
|