Descrição:
KLOCK, Adriana Damke
A amamentação é um importante meio de combate à morbimortalidade infantil. O presente trabalhoidentifica a prevalência e os fatores associados ao aleitamento materno exclusivo em crianças de seis mesese as percepções sobre o temana perspectiva das mães e dos profissionais de saúde no município de Francisco Beltrão-PR. É um estudo descritivo de natureza quantitativa e qualitativa. Na primeira fase foram entrevistadas as cuidadoras principais das crianças de seis meses. Os dados foram tabulados e analisados no programa EPI INFO 3.5.2 utilizando-se testes de associação. A partir destes dados selecionaram-se grupos de mães e de profissionais de saúde para realização de grupos focais. Para análise dos dados qualitativos utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Da análise quantitativa constatou-se a prevalência de 27,1% no aleitamento materno exclusivo (AME).Foram fatores associados ao AME o não uso da chupeta (p<0,0001), o tipo de parto ser normal (p= 0,025) e a faixa etária da mãe ser superior aos 20 anos (p=0,009).Entre os motivos para o desmame precoce do AME foram associados: o trabalho (p=0,007), ter pouco leite (p=0,002), não ter leite (p=0,007) e achar que seu leite era fraco (p=0,047).Entre as mães observamos que 74,1% receberam orientação sobre amamentação, sendo 52,4% no pré natal, 28,6% no pré e no pós natal e 19,0% no pós natal, principalmentepor enfermeiros (34,7%) e médicos (32,7%) demonstrando ser necessária a estimulação das ações interdisciplinares. As mães relataram que 17,9% participaram de grupo de gestante sendo que destas todas receberam orientação sobre amamentação. Na análise qualitativa das mães com menor AME emergiram categorias de sentimentos positivos, sentimentos negativos, dificuldades e facilidades no AME. No grupo das mães com maior AME as falas foram categorizadas em percepções positivas, negativas e ações dos profissionais da saúde. No grupo focal dos profissionais as categorias foram benefícios e dificuldades apontadas. Conclui-se sobre a necessidade de contínua avaliação e melhora na prevalência do aleitamento materno esclarecendo a população sobre a influência negativa da cultura da chupeta sobre o AME, estímulo ao parto normal por ser fator protetor do AME, prevenção da gravidez na adolescência pelo risco maior de desmame precoce nesta faixa etária. Ações de orientações interdisciplinares no ciclo gravídico puerperal precisam ser ampliadas e fortalecidas no esclarecimento do mito do leite fraco e quanto a não ter leite. As equipes precisam proteger a amamentação evitando a prescrição de leite artificial sem critérios, onde puérperas precisam ser referenciadas à sua Unidade Básica de Saúde de apoio e esta realize a visita domiciliar até o quinto dia pós-parto. Grupos de gestantes precisam ser criados e/ou fortalecidos pelas equipes e apoiados pela gestão. A família deve estar junto com a mãe nas formações e nas orientações, onde a equipe multidisciplinar entenda sua cultura. A sociedade precisa também proteger o AM em relação ao trabalho com ampliação da licença maternidade de quatro para seis meses, e reivindicar o retorno do banco de leite para a região.
Palavras chaves: Aleitamento materno. Desmame. Atenção primária. Equipe interdisciplinar.
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