Como resultado do crescimento da população humana e da mudança nos padrões de vida, produção, consumo e eliminação de resíduos, os contaminantes ambientais estão aumentando em quantidade e espécie. Os nanomateriais, considerados contaminantes emergentes, se destacam nesse contexto. Suas propriedades físicas e químicas distintas podem diminuir os custos de produção e melhorar a eficiência de uma gama enorme de produtos que vão de cosméticos a eletroeletrônicos. Os nanotubos de carbono (NTCs) são, desde a década de 90, um dos tipos de nanomateriais mais estudados em função de suas propriedades intrínsecas que lhes asseguram protagonismo nos mais variados setores da indústria do século 21. Tendo em vista que a genotoxicidade dos nanotubos de carbono é um assunto ainda muito controverso, nós realizamos testes de exposição aguda e subcrônica por via hídrica a uma amostra comercial de nanotubos de carbono de paredes múltiplas em diferentes concentrações em duas espécies de peixes; um modelo exótico (Danio rerio), e uma espécie nativa (Astyanax altiparanae). Através do ensaio cometa em eritrócitos e do teste do micronúcleo písceo, também em eritrócitos, foi constatado que a amostra de nanotubos de carbono testada não produziu genotoxicidade aparente por meio de quebras de simples/dupla fita no DNA ou efeitos castogênicos e/ou aneugênicos em nenhuma das espécies, independentemente do tempo de exposição. Todavia, os resultados obtidos indicam a possibilidade de ocorrência de crosslinks DNA-NTCs.
Palavras-Chave: Nanotubos de carbono. Genotoxicidade. Astyanax altiparanae. Danio rerio. Ensaio cometa. Teste do Micronúcleo Písceo.