Descrição:
BRITO, Lilian Messias Sampaio
Introdução: A escola é um espaço valioso de aprendizagem, além de local que oferece menor exposição a comportamentos de riscos à saúde de escolares. Objetivo: Este estudo objetivou determinar a influência da atividade física (AF) sobre os indicadores antropométricos de saúde em estudantes matriculados em diferentes regimes escolares de escolas públicas. Métodos: Participaram desta pesquisa 378 alunos (as) de Educação em Tempo Integral (ETI) e 1441 de Educação em Tempo Parcial (ETP), de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 16 anos. Todos os escolares foram avaliados quanto ao peso (kg), estatura (cm), circunferência abdominal (cm), pressão arterial (mmHg), estadio puberal e respostas ao Questionário Recordatório de Três Dias para avaliar o nível de AF. Aplicou-se o Teste de Léger para avaliar a aptidão cardiorespiratória (APCR), calculou-se o volume de oxigênio (VO2máx) e verificou-se a frequência cardíaca inicial e final no teste aplicado. Apenas os escolares de ETI responderam ao questionário de comportamento de risco Youth Risk Behavior Survey (YRBS-2007) para as informações sócio-econômicas, e os pais responderam ao questionário sobre o histórico familiar (HF) e dados do nascimento do filho (a). Todos os aplicadores receberam treinamento prévio e coletaram os mesmos dados nas diferentes escolas. Foram avaliados escolares de ETI dos municípios de Apucarana, Curitiba e Bom Jesus do Sul, assim como escolares de ETP do município de Curitiba. Na análise dos dados, as variáveis categóricas foram expressas em frequências absolutas e relativas; enquanto as variáveis contínuas, em suas medidas de tendência central e de dispersão. Testes paramétricos e não-paramétricos foram utilizados de acordo com a distribuição das variáveis, caráter de independência e número dos grupos de estudo, considerando p<0,05. Resultados: 146 meninos e 173 meninas de ETI e 605 meninos e 674 meninas de ETP foram incluídos, amédia de idade foi, respectivamente, de 13,2 anos e 12,9 anos; 21,5% dos estudantes de ETI estavam com excesso de peso (EP), 12,9% com obesidade abdominal (OA), 12,5% com hipertensão arterial sistêmica (HAS), 68% < 300 minutos/semana de AF e 31,8% com APCR insuficiente. Em ETP 31,6% com EP, 29,1% com OA, 18% com HAS, 85,5% < 300 minutos/semana de AF e 69,3% com APCR insatisfatória. A APCR foi melhor em estudantes de ETI da zona rural (92,1%), sendo que meninas (65,6%) atingiram mais o corte do que meninos (33,3%). Estudantes da ETP de ambos os sexos apresentaram maior frequência de HAS (p < 0,05), OA, EP, AF < 300 min/sem e APCR insatisfatória (p < 0,01) comparados aos estudantes de ETI. Observou-se, nos pais dos alunos de ETI, pouca informação sobre HF associado a altas taxas de consumo de álcool, principalmente das mães (72%) e poucas informações sobre os dados de nascimento dos filhos (as). Os comportamentos de risco mais frequentes, em meninas de ETI, foram a menor participação em atividades esportivas na escola, clube ou bairro (46%) e maior consumo de refrigerantes (88%) e os meninos foram menos participativos nas aulas de Educação Física (49%), e permaneceram mais tempo em frente a televisão e jogando video game (24%). Conclusão: Os níveis de AF são semelhantes em meninos de ETI e ETP, porém alunos de ETI têm melhor APCR e indicadores de saúde quando comparados a alunos de ETP. O presente estudo sugere que a ampliação de políticas públicas voltadas à ETI e que possam trazer benefícios a saúde de estudantes de escolas públicas.
Palavras-chave: Comportamentos de riscos. Atividade física. Obesidade. Estudantes.
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