Descrição:
COSTA, Sandra Betineli da
Ao considerar que os eventos sobre a paisagem são de origem antrópica e de (re) orientação econômica, e que em muitos casos são determinantes para o equilíbrio ou desequilíbrio ambiental, a presente pesquisa tem como objetivo identificar e caracterizar os agentes e processos físico-ambientais que ao longo do período de 1983 a 2013 atuaram na dinâmica da unidade hidrográfica do Ivinhema, localizada na região centro-sul do estado do Mato Grosso do Sul, como subsídio à efetivação da proposta de definição dos níveis de fragilidades ambientais consolidadas com a organização deste espaço. O uso das geotecnologias atrelado à abordagem conceitual – teórica – metodológica entre paisagem – análise sistêmica – unidade hidrográfica, possibilitou a elaboração de um sistema de informações geográficas que confirmam que as características físicas e/ou naturais têm condicionado as mudanças nesta paisagem. A partir de então, dentre os cenários advindos da união de elementos físicos e/ou naturais sob a intervenção dos elementos antrópicos, a reordenação e o uso e ocupação das suas terras por grupos não indígenas são advindas do projeto político federal Marcha para Oeste, iniciado na década de 1940 e que na área foram efetivadas na década de 1990. Caracterizando-a com os seguintes cenários: o do pasto, considerado tradicional, da produção de grãos em especial, a soja e o milho e, como moderno, a cana-de-açucar e a silvicultura. Estes últimos, resultados de investimentos estatais e de capital privado voltados à exportação caracterizam-se como modernas forças motrizes de reestruturação no uso e ocupação do solo, bem como nas estruturas sociais e econômicas. Assim, a existência de diferentes entradas e/ou potenciais efeitos antrópicos sobre este sistema nos reportam à importância de utilizar os recursos da natureza de maneira adequada, criando mecanismos que possibilitem a sustentabilidade da unidade hidrográfica. E ao ilustrar de forma objetiva a situação, a dinâmica e o estado ambiental com base no método adaptado por Ross (1994), os resultados quanto à fragilidade potencial ou emergente demonstram que em ambas os níveis apresentam-se na classe muito fraca a fraca. Isso indica que embora apresente reduzida susceptibilidade a potenciais impactos resultantes da interação entre as atividades antrópicas e à capacidade de suporte do meio físico local, a unidade hidrográfica deve ser preservada da ação antrópica. Entretanto, recomenda-se a checagem a campo, para o detalhamento das informações sobre o nível de degradação, em razão do uso, uma vez que apenas com a observação das imagens não foi possível detalhar. Também são necessários novos levantamentos da fragilidade ambiental em períodos seguintes. A partir das confirmações e apesar de os resultados considerarem os dados de um período específico (1983 – 2013), a metodologia utilizada com poucas adaptações atendeu com eficiência às necessidades e/ou hipóteses da pesquisa, podendo, junto a outros trabalhos complementares, servir como instrumento de auxílio às intervenções antrópicas futuras e às políticas públicas que visam a um melhor planejamento e gerenciamento físico-territorial desta unidade hidrográfica.
Palavras-chave: Meio ambiente. Geossistema. Bacia hidrográfica. Fragilidade ambiental. Gestão e planejamento ambiental.
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