Descrição:
FINGER, Alenia Varela
O presente estudo, inserido na Linha de Pesquisa Educação Especial, visou roblematizar o papel do Corpo na perspectiva da Educação Inclusiva, contextualizando-o na realidade de alunos com deficiência física, incluídos em séries iniciais da rede municipal de Caxias do Sul, RS. Para tanto, realizamos inicialmente a busca teórica a fim de revisitar diferentes perspectivas acerca do corpo, bem como aproximá-las das discussões relacionadas à Educação Inclusiva. Com a intenção de apreender concepções e atitudes dos professores participantes da pesquisa em relação ao corpo e a educação inclusiva e identificar as condições de acessibilidade referentes ao espaço físico das escolas pesquisadas, realizamos um estudo do tipo exploratório. A pesquisa de campo aconteceu nas escolas municipais de Caxias do Sul, RS, que possuíam alunos com deficiência física – limitação da mobilidade (cadeirantes), incluídos em classes comuns de séries iniciais, sendo os participantes da pesquisa as cinco escolas e as cinco professoras dos referidos alunos, apontados pela Secretaria Municipal de Educação (SMED). Os instrumentos para coleta de dados foram a entrevista semi-estruturada, aplicada aos professores, a observação sistemática do espaço físico escolar e o diário de campo. Os dados obtidos com as entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo e, juntamente com os dados apreendidos nas observações, foram abordados de forma quantiqualitativa. Atendendo aos objetivos propostos, identificamos, em relação aos professores, concepções e atitudes positivas frente ao corpo e à inclusão, predominantemente, ainda, que em algumas situações minoritárias evidenciamos o pensamento fragmentário do indivíduo em corpo/mente, sem a aproximação do corpo às práticas em sala de aula; quanto ao corpo dos alunos incluídos, identificamos sentimentos iniciais de medo e ansiedade, mas que foram revertidos com o conhecimento das limitações físicas dos alunos e posterior aproximação. A inclusão, de forma geral, tem sido apontada como positiva e os mecanismos exclusivistas através do corpo foram encontrados em menor grau no aspecto atitudinal em comparação ao aspecto arquitetônico. Neste último, identificamos a falta de condições de acessibilidade, pois mesmo que seja notável o esforço por parte das escolas através de situações de adaptação, estas estão limitadas à uma mobilidade relativa, com a construção de rampas, mas a autonomia dos alunos é comprometida pela inexistência de banheiros adaptados, bebedouros e telefones. O estudo permitiu discutir o papel do corpo na inclusão, sugerindo que novas pesquisas que venham dar continuidade à proposta de aproximação entre as temáticas corpo, inclusão e deficiência física.
Palavras-chave: Corpo. Educação inclusiva. Deficiência física.
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