O objetivo desta dissertação é explorar o processo de atrito (ou erosão lingüística) que se produz na L1 de imigrantes hispanofalantes espanhóis adultos residentes no Brasil e com proficiência em português, que é, portanto, a L2, a língua de contato. A ação desta língua desempenha um papel primordial, já que a sua influência sobre a L1 na forma de interferências é uma das duas causas principais do atrito, sendo a outra a falta de contato com a L1 e a conseguinte privação de insumo. A pesquisa, de tipo qualitativo, analisa a fala de 8 participantes. Os dados foram elicitados mediante entrevistas semi-estruturadas gravadas e posteriormente transcritas. Também foi utilizado um questionário sociolingüístico que proporcionou informações pessoais variadas sobre os participantes, as quais ajudam a explicar alguns dos resultados. A análise do corpus de fala permitiu marcar, classificar e descrever os traços lingüísticos que singularizam o espanhol/L1 dos participantes e que podem ser interpretados como sinais de atrito. O objetivo principal é descobrir e mostrar os efeitos experimentados pela L1, o espanhol, quando exposto ao contato prolongado com a L2, o português do Brasil.