A partir do quadro de Princípios e Parâmetros e da Teoria Variacionista investiga-se a representação do sujeito pronominal em duas variedades do espanhol: a fala de Madri e a de Buenos Aires. Os corpos utilizados para a análise fazem parte do Macrocorpus da norma linguística culta das principais cidades da España e da América. Parte-se da hipótese de que, como as duas variedades apresentam um paradigma flexional “funcionalmente rico” (Roberts, 1993), exibem as propriedades de uma língua românica de sujeito nulo prototípica: preferência pelo sujeito nulo em todos os contextos e ausência de sujeito pronominal pleno com o traço [- animado]. Os resultados confirmam as hipóteses, revelando mais semelhanças do que diferenças entre as variedades analisadas, mas permitem afirmar que há vários matizes de comportamento das línguas de sujeito nulo em relação ao parâmetro do sujeito nulo. Deve haver uma escala contínua, que vai desde [- sujeito nulo] até [+ sujeito nulo], na qual essas línguas podem ser localizadas, pois é difícil classificar as línguas apenas pelas marcações positiva e negativa do parâmetro. A comparação desses resultados com outros, sobre o português europeu e o brasileiro, permite localizar as duas variedades do espanhol e as duas do português em diferentes pontos dessa escala.
Palavras-chave: Língua espanhola. Gramática Gerativa. Sociolinguística. Sujeitos pronominal e nulo.