Descrição:
LEMOS, Marilene Aparecida
Nesta pesquisa parte-se da hipótese que, no âmbito da escola pública estadual, o sujeito taciturno, conceitualizado como sujeito indeterminado, está submetido a uma contradição por estar exposto às discursividades do Mercado e ter que suportar sua demanda e sua interpelação a partir do lugar de conhecimento, de saber, desenvolvido pela escola sustentada pelo Estado. Essa contradição é trabalhada a partir de sintomas da taciturnidade, no real da escola: especificamente, na relação desse sujeito com o aprendizado da língua espanhola em um Centro de Estudos de Línguas, vinculado à escola pública, situado no município de Guarulhos-SP. As análises permitem observar que a indeterminação atribuída ao sujeito também teria a ver com a não homogeneidade do funcionamento da memória discursiva sobre a língua espanhola no Brasil. Tendo em vista essas interpretações, explora-se, por meio da consideração e análise de enunciados tomados de propagandas de escolas de idiomas, imagens de sujeito de língua nas discursividades às quais tais propagandas se vinculam. Além disso, reflete-se sobre outros aspectos relacionados à memória discursiva sobre essa língua e, especificamente, à construção de novos sentidos. Por fim, a pesquisa flagra ainda a produção de outros novos sentidos para a língua espanhola. Nesse caso, tem-se um corpus recortado da legislação de ensino, considerando-se a publicação da Lei n. 11.161 (de 5 de agosto de 2005) que torna obrigatória a oferta da língua espanhola em escolas públicas e privadas brasileiras que atuam no ensino médio como um acontecimento discursivo, pois, de acordo com a análise desenvolvida, essa lei colocaria em confronto a atualidade com a memória discursiva dessa língua no Brasil.
Palavras-chave: Análise do discurso. Imagens de língua. Língua espanhola. Memória discursiva sobre a língua. Sujeito indeterminado.
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