O presente estudo tem como objetivo mostrar os resultados de um estudo empírico realizado com alunos de espanhol como língua estrangeira em dois contextos formais de ensino de Curitiba-PR. A intenção da pesquisa foi detectar a presença de estereótipos culturais em relação ao uso da variante rio-platense em aula de espanhol LE e verificar se a convivência com professores falantes nativos e professores usuários dessa variante elimina ou reduz manifestações de estereótipos e preconceitos relacionados à língua e cultura argentinas. A coleta de dados deu-se mediante a pesquisa de Survey, com a aplicação de questionário baseado em outro similar, desenvolvido por Coleman (1998) com alunos das Ilhas Britânicas aprendizes de língua estrangeira. Considerando que se tem hoje um ensino de espanhol a partir de materiais didáticos que privilegiam a cultura e a variante peninsular e que tratam de maneira superficial e fragmentária as demais culturas e variantes da língua espanhola, desprestigiando os demais grupos sociais com os quais os aprendizes poderão ter contato, acredita-se que a aprendizagem de línguas estrangeiras associada à cultura promoverá a conscientização, o respeito, a aceitação e a tolerância com relação às diferenças culturais e, dessa maneira, o esse aprendizado será facilitado. Os resultados desta pesquisa empírica demonstram que muitas justificativas desses estereótipos são construídas com base nas informações divulgadas pelos meios de comunicação, o que já era esperado, pois os estereótipos culturais não são inatos no ser humano, mas adquiridos no meio (PEREIRA, 2000).
Palavras-chave: Ensino/aprendizagem de línguas. Estereótipos. Variantes do espanhol. Interculturalidade.