Descrição:
KRAUSE-LEMKE, Cibele
O presente trabalho objetiva compreender as concepções de linguagem que subjazem ao fazer pedagógico de duas professoras de língua espanhola como língua estrangeira e as implicações para a construção do conhecimento lingüístico. Para isso, examinam-se três correntes
lingüísticas: a primeira, fundamentada nos estudos estruturais de Saussure e Bloomfield; a segunda, apoiada na perspectiva inatista de Chomsky e a terceira, na teoria dialógica de Bakhtin.
Tendo como metodologia os postulados da pesquisa etnográfica, o estudo aponta que a linguagem é concebida, pelas professoras participantes da pesquisa, essencialmente como um código de comunicação. Assim, em sua prática pedagógica, a língua assume um papel abstrato, representando um conjunto de elementos a serem decodificados. Nas suas salas de aula, prioriza- se o estudo sistêmico da língua sem que o conhecimento lingüístico passe por um processo de negociação de sentidos. Nelas, tudo é determinado pelo livro didático o qual guia o processo de ensino e dita as seqüências gramaticais que devem ser ensinadas. Para se efetivarem alterações em relação a esse modo de ensinar a língua estrangeira, aponta-se a necessidade de se discutir a natureza teórica da linguagem, considerando seu caráter dialógico, tanto com professores já atuantes, quanto com aqueles ainda em fase de formação. Desencadeando esse processo de debate, espera-se que os professores, conscientes dos distintos papéis e das diferentes posturas teóricas que compõem a linguagem, possam refletir sobre a sua prática pedagógica e implementar uma reformulação na abordagem dos conteúdos, a qual poderá colaborar para uma mudança no processo de ensino/aprendizagem da língua, com o fim de que esta possa ser tratada como fruto de um processo de construção conjunta, e não como um produto acabado.
Palavras-chave: teorias lingüísticas, língua espanhola, construção de conhecimento.
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