O comentário que acompanha nossa tradução de “A Origem da Obra de Arte” tem por centro as transformações conceituais no pensamento heideggeriano que nascem com o surgimento do conceito de terra e da abordagem da essência da obra de arte que lhe é inseparável. Seguindo o fio condutor da questão levantada por Gadamer sobre como conciliar o “mundo” do ser-aí auto compreensor de Ser e Tempo com a “terra”, que em sua entonação poética parecia contrariar o próprio modo de acesso do pensamento em Ser e Tempo, buscamos mostrar que foi justamente e apenas uma leitura hermenêutica do ser da obra de arte que permitiu a conciliação de “mundo” e “terra” e um desenvolvimento consequente da noção de verdade originária como jogo de encobrimento e não-encobrimento no qual o ser-aí humano se encontra lançado.
Palavras-chave: Ser e Tempo. Obra de arte. Mundo. Terra. Lugar.