Resumo: O Luxo é um fenômeno social e cultural, presente em todo o mundo mas ainda desprezado na Academia. Seu estudo bem como o de seu consumo se faz importante como uma ferramenta para entender o comportamento e as formas de sociabilidade de uma elite que se relaciona de maneira peculiar e leva ao extremo a lógica de fetichismo da mercadoria, apontada por Karl Marx. Nessas relações, a distinção ocupa um papel central e é vivida com variações, que podem ser chamadas de filtros culturais. Para dar conta de tal temática, o objeto de estudo escolhido foi a sesquicentenária marca Cartier, sua trajetória, os personagens envolvidos em sua fundação e em sua manutenção. As estratégias que permitiram sua permanência através das mudanças sociais – e administrativas – a seu redor foram se adaptando e mostrando uma visão contemporânea (ou até vanguardista) da sociedade e, ao mesmo tempo, a insistência em um ideal tradicionalista buscado por muitos, sobretudo nos países do Ocidente.