Descrição:
BRIDI, Maria Aparecida da Cruz
Resumo: As mudanças que se processaram na produção e na organização das fábricas – no contexto das transformações econômicas e políticas dos anos 1980/1990 – ao darem lugar à segmentação, flexibilidade e diversidade, fragmentaram ainda mais as organizações dos trabalhadores, colocando-os em situação de permanente competição, o que dificulta a ação coletiva como se processava em outros tempos. Esse cenário de crise, sobre o qual se produziram teorias divergentes, instigou a pesquisa sobre as organizações dos trabalhadores no interior das fábricas. O estudo da ação coletiva intermediada pelas Comissões de Fábricas da Volvo, Volkswagen, Audi e o Comitê Sindical da Renault é perpassado pelas teorias da ação da sociologia clássica e contemporânea, ojetivando-se explicar a natureza política das ações dos trabalhadores. A análise das condições que propiciam a ação coletiva demonstra que ela está além da escolha racional defendida pela abordagem teórica individualista. Com uma metodologia qualitativa, aberta e atenta às ambivalências, a presente tese analisa as ações dos trabalhadores no interior das fábricas, demonstrando como as organizações têm contribuído para a melhoria das condições de trabalho, para dinamizar a ação sindical e para se contraporem à tendência de precarização do trabalho. A tese afirma, portanto, que diante das transformações em curso, o capital globalizado tem se deparado com a ação política local dos trabalhadores.
Palavras-chave: Ação coletiva. Indústria automobilística. Crise política dos trabalhadores. Comissões de fábrica.
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