Descrição:
CESÁRIO, Ana Cleide C. e NOLLI, Joana D'Arc Moreira
O Governo do Paraná, na década de 1980, produziu uma mudança na sua política de preservação do Patrimônio material e imaterial, em especial no período de 1985 a 1987, quando a Coordenadoria do Patrimônio Cultural, órgão da Secretaria de Estado da Cultura, instituiu uma abordagem antropológica do patrimônio, desenvolvendo um trabalho de registro da memória coletiva, envolvendo vários grupos na produção do passado – a partir de suas condições presentes –, trabalho que resultou na publicação dos Cadernos do Patrimônio. Assim, houve o estímulo ao aparecimento de novos agentes, em várias regiões paranaenses, que se ocuparam da reconstituição da memória, participando de programas que se debruçaram sobre a identificação e reconhecimento do patrimônio cultural. Essa política formulada pelo Estado do Paraná deve ser compreendida como parte de um interesse geral despertado pelo debate em torno da Constituinte e, em particular, vinculado à discussão sobre o patrimônio, orientada por uma concepção em que o conceito antropológico de cultura ganhou relevo. Embora essa discussão tenha sido mais intensa no mundo acadêmico, acabou por influenciar a Carta de 1988, no seu artigo 216, inclusive incorporando a ele a denominação patrimônio cultural.
Palavras-chave: Paraná. Patrimônio. Cultura. Cidadania. Poder. Política. Ideologia.
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