O papel que o leitor exerce na construção de sentido do texto literário é semelhante ao do espectador na apreensão da imagem cinematográfica. As adaptações literárias para o cinema são, efetivamente, releituras críticas do texto-fonte, e, no caso de Shakespeare, recriações da quebra do ficcional construída pelo dramaturgo. Ao proporem uma narrativa que conscientiza o espectador da artificialidade do fazer cinematográfico, os diretores ora analisados desconstroem a ideia de um cinema cópia do real, ao mesmo tempo em que, como Shakespeare, convocam o espectador a realizar uma outra significação para a obra.
Palavras-chave: Shakespeare. Cinema. Adaptações literárias. Leitor e espectador.
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