Descrição:
SANTIAGO JÚNIOR, Francisco das Chagas F.
A tese que se apresenta visa mostrar as diferentes disputas que se formaram ao redor das imagens do Candomblé e da Umbanda no cinema brasileiro dos anos 1970. Identificamos as instituições que forneceram sentido aos filmes e os principais debates culturais que se constituíram na relação da sociedade brasileira com as imagens das chamadas "religiões populares". Observamos que o campo cinematográfico partiu de sua tradição de reflexão sobre o nacional e o popular e começou a constituir clivagens nas identidades brasileiras quando propôs fazer filmes que contemplassem os "valores populares". Naquele período ocorreu uma mudança no foco da identidade nacional, antes tida como homogênea, e que seria fraturada em múltiplas facetas. Os filmes que mostravam a Umbanda e o Candomblé, as "religiões populares", se constituíram em conflagrações e disputas pela afirmação da etnicidade e da nacionalidade no Brasil setentista. Começou a emergir uma nova etnicidade, uma etnicização das imagens cinematográficas advinda das fraturas identitárias produzidas no debate cultural brasileiro. Nossa pesquisa acompanha os diversos agenciamentos que os filmes realizaram, bem como as maneiras como foram agenciados por membros do campo cinematográfico, tais como cineastas e críticos de cinema, e membros de outros campos sociais, como antropólogos, ativistas de movimentos sociais e outros críticos culturais. Observamos pela análise de cinco películas (O Amuleto de Ogum, Tendas dos Milagres, Cordão de Ouro, A Força de Xangô, Prova de Fogo) como a etnicidade e a religiosidade se aproximavam e se distanciavam.
Palavras-chaves: Religião Afro-brasileira. Cinema Brasileiro. História e Cinema. Etnicidade.
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