Partindo das disputas intelectuais, simbólicas e materiais que enlaçam os dois gêneros musicais chancelados como identificadores da nação, o samba e o choro, analiso a constituição e a reprodução de um microcosmo artístico possuidor de parâmetros estéticos relativamente autônomos. Percorro um longo período histórico no intento de demonstrar que o adensamento de instituições voltadas ao abrigo da música popular enseja uma contrapartida, a do surgimento de engajados que tratam de separar as produções musicais populares entre as que consideram “autênticas” das “inautênticas”, grupamento a que denomino de “inteligência da música popular”. Coube estabelecer sob que condições, quando e por meio da ação de quais personagens conformou-se este microcosmo, espaço que logrou direcionar as apreciações e investidas de todos inseridos na atividade musical popular urbana.
Palavras-chave: Música popular. Samba. Choro. Intelectuais. Indústria Cultural.