Categoria: Língua Portuguesa Dissertações Produções de Profissionais da Seed: Dissertações |
Do Rap aos "contos Crespos", de Luiz Silva (cuti): A Voz da Resistência em Sala de Aula |
Versão: PDF Atualização: 2/6/2017 |
Descrição:
ROSSO, Donete Simoni
Esta pesquisa consiste em um estudo voltado à literatura e ao ensino escolar, com interfaces na leitura, escrita e interculturalidade. Tem por objetivo analisar a pertinência de se trabalhar atividades de leitura e escrita com os alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental a partir de letras de rap nacional e de contos de Luiz Silva (Cuti), especificamente no livro Contos Crespos (2008), com vistas a desenvolver ou fomentar a criticidade e a leitura emancipatória. Constitui-se de uma pesquisa bibliográfica juntamente com uma proposta prática de atividades em sala de aula. Quanto aos procedimentos técnicos, encaixa-se como pesquisa-ação, com abordagem qualitativa. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: análise documental de atividades de interpretação e produções textuais – letras de rap e comentários crítico-reflexivos – conforme Unidade Didática elaborada no decorrer do mestrado especificamente para esse fim. Espera-se, com essa proposta, incentivar o debate intercultural em sala de aula com o suporte de formas estéticas elaboradas por sujeitos historicamente silenciados, como os rappers e os escritores negros, além de motivar professores – possíveis leitores desta dissertação – a experimentarem tal possibilidade de abordagem pedagógica e, com isso, aprofundarem o tema desta pesquisa em outros vieses. A abordagem teórica está voltada à concepção de língua e de literatura como práticas sociais, visto que estas nascem das necessidades de interação da vida social e da problematização – política, social, econômica – entre os falantes, amparada em Bakhtin (1997/2003/2010) e na leitura como letramento, defendida por Soares (2001/2006) e Kleiman (1995/2006). As estratégias de leitura, com base no método recepcional proposto por Aguiar e Bordini (1993) e Zilberman (1989), fundamentam-se na Estética da Recepção segundo Jauss (2002). As bases teóricas do processo de leitura e de formação de leitor contam com o aporte de Lajolo (1997/1999), Orlandi (1988), Silva (2005) e Zilberman (1982). Para as questões literárias, foi buscado respaldo em Bosi (1986), Candido (1972/2004), Cortázar (2006), Compagnon (2009), Rosenfeld (1976), Barthes (2007), Petit (2008), Gotlib (2006), Cuti (2010), Andrade (1999), Proença Filho (2004), Duarte (2014) e Bernd (1997/2011), entre outros.
Palavras-chave: Rap. Contos. Leitura emancipatória. Resistência. Ensino.
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“Quando me Dei Conta de que Era Negra(o)/Branca(o)? ”: um Estudo a partir de Relatos Autobiográfic |
Versão: PDF Atualização: 17/10/2017 |
Descrição:
SOUTA, Marivete
Esta pesquisa se situa na área dos estudos da Linguagem e investigou como as(os) alunas(os) negras(os) e brancas(os) de um colégio da rede pública estadual do Paraná expressam suas identidades étnico-raciais por meio da produção de relatos autobiográficos. Para tanto, foram elencados os seguintes objetivos: verificar se/quais conflitos de identidade racial aparecem nas produções de alunas(os) negras(os) e brancas(os); identificar o papel da escola e outras instituições e/ou meios na (re)construção da(s) identidade(s) raciais e analisar como uma SD com o gênero relato autobiográfico, com a perspectiva do letramento racial crítico e da educação antirracista pode contribuir para a construção da identidade étnico-racial. Os conceitos de raça na perspectiva sociológica foram retomados, trazendo a concepção de raça como uma construção histórica e cultural, a partir de autores como Gomes (2005, 2012); Guimarães (1999, 2011) e Munanga (1994, 1999, 2005, 2005) dessa área. Discuti branqueamento, branquidade e branquitude, embasada em autores da área da Psicologia como: Bento (2014); Piza (2005, 2014); Cardoso (2008; 2010; 2011; 2014) da área de Ciências Sociais. A concepção de identidade foi baseada em autores como: Hall (2011) e Moita Lopes(2002). Focalizei a construção da identidade de adolescentes e jovens, pois são os sujeitos desta pesquisa. A opção metodológica foi a pesquisa-intervenção, com a perspectiva do letramento racial crítico e a educação antirracista, com aplicação de uma SD, e o relato autobiográfico, que foi instrumento de geração de dados, assim como o diário de bordo. Da área de Linguagens, referenciei-me em autores como: Ferreira (2006, 2009, 2014, 2015) e Moita Lopes (1992, 2002, 2006). As (os) alunas (os) expressaram suas identidades étnico-raciais por emio dos relatos, partindo de recordações de como se deram conta de que eram negras (os) brancas (os). À medida que contaram se tinham pensado alguma vez sobre sua cor de pele, foram trazendo lembranças que as (os) fizeram ter a percepção de sua raça. Pela análise dos dados, foi possível observar alguns conflitos de identidade como o branqueamento e o discurso da hegemonia racial, contradizendo-se com afirmações de que a cor da pele influencia em como foram/são tratados. O papel da escola entre instituições e /ou meios que contribuíram para a construção das identidades foi reafirmada, reiterando a importância da educação para as relações étnico-raciais. Pudemos concluir com esta pesquisa que através de um trabalho na perspectiva do letramento racial crítico e da educação antirracista é possível ressignificar a branquitude, contribuindo assim para a formação de cidadãos críticos que possam construir um mundo menos excludente.
Palavras-chave: Identidade racial. Branquitude. Narrativas autobiográficas. Adolescentes e jovens.
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Políticas de Currículo para a Disciplina de Língua Portuguesa nas Escolas Estaduais do Paraná (198 |
Versão: PDF Atualização: 8/6/2017 |
Descrição:
LOCH, Silvana Aparecida
A história do Brasil, de colonização por meio da língua, da religião, da política, da economia, nos deu a materialidade para essa pesquisa. O objetivo foi compreender a trajetória histórica da constituição da língua e das propostas curriculares de língua portuguesa das escolas estaduais do Paraná, dos anos finais do Ensino Fundamental, no período de 1987 a 2016, bem como seus fundamentos teórico-metodológicos. O processo de pesquisa foi orientado pelas categorias da totalidade e da contradição. Utilizamos como recursos metodológicos a pesquisa bibliográfica, referenciada principalmente em: Mariani (1991; 2003; 2004); Mattos e Silva (2004a; 2004b; 2008); Orlandi (1990; 2002); Bakhtin (2004); Carboni e Maestri (2003); Evangelista (2012); Freitas (2007; 2015); Barreto (1998); Hidalgo, Mello e Sapelli (2010); Saviani (1989; 2007); Volochínov (2013). Realizamos análise documental, buscando compreender as seguintes propostas: Currículo Básico para a escola pública do estado do Paraná – CB (1990); Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa – PCNLP (1998); Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa – DCELP (2008); e Complexos de Estudo (2013). Fizemos entrevistas semiestruturadas com educadores da educação básica que atuam nas escolas estaduais, desde os anos de 1990 e aplicamos questionários a educadores de escolas Itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST que acompanham a implementação das propostas dos Complexos de Estudo. A escrita foi organizada da seguinte forma: no primeiro capítulo explicitamos a materialidade da constituição da língua no Brasil, a língua como um meio de dominação do colonizador e apresentamos quais foram as políticas de colonização linguística. No segundo capítulo, a partir da compreensão da língua como construção histórica e de seu caráter de classe, apresentamos a trajetória da disciplina de língua portuguesa no contexto do currículo brasileiro. No terceiro capítulo analisamos as referidas propostas curriculares de língua portuguesa no Paraná, de 1987 a 2016, explicitando o contexto histórico, a estrutura dos documentos que as apresentam e as concepções que lhes dão sustentação. Diante da pesquisa, percebemos que a língua foi/é instrumento de poder, e que cada movimento curricular expressou a correlação de forças do seu período histórico, político e social, portanto têm determinantes e marca de classe. Explicitamos políticas de construção curricular orientadas tanto pelo Ministério da Educação - MEC, como pela Secretaria de Estado da Educação - Seed/PR e também pelo MST, portanto, de abrangência nacional e estadual. Concluímos que não há neutralidade na produção do currículo, e que as iniciativas contra-hegemônicas precisam ser potencializadas.
Palavras-Chave: Língua Portuguesa. Políticas de currículo. Propostas curriculares. Currículo Básico para a escola pública do estado do Paraná. Parâmetros Curriculares Nacionais. Diretrizes Curriculares Estaduais. Complexos de estudo.
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Ações Colaborativas para Encaminhamentos da Produção e da Reescrita Textual no Ensino Fundamental |
Versão: PDF Atualização: 8/6/2017 |
Descrição:
TURKIEWICZ, Rosemary de Oliveira Schoffen
Desde a década de 1980, o ensino de Língua Portuguesa vem sendo discutido por estudiosos e pesquisadores, sustentados pelo pressuposto dialógico e interacionista da linguagem, conforme defendido pelo Círculo de Bakhtin, escopo teórico presente nas Diretrizes Curriculares do estado do Paraná, que reconhecem o texto-enunciado como unidade de ensino que se configura em determinado gênero discursivo. Logo, as propostas de produção de texto na escola deveriam priorizar a interação, haja vista que para Bakhtin/Volochinov (2014[1929]), a língua só se concretiza em enunciados concretos dentro de um processo de interlocução. O distanciamento, entre os professores de Língua Portuguesa, dessa compreensão, faz-nos inferir que tais pressupostos não foram compreendidos, talvez pela ausência de formação adequada e/ou período de tempo suficiente para articular teoria e prática conforme o que rege os documentos. Ao fazermos parte dessa realidade escolar, atuando como docente da rede estadual, optamos por desenvolver uma pesquisa-ação-crítica-colaborativa envolvendo duas docentes de 6° e 9° anos do ensino fundamental, de um município da região noroeste do estado do Paraná. Assim, nosso olhar se voltou mais especificamente para o seguinte tema: ações colaborativas da prática docente no que se refere aos encaminhamentos da produção e da reescrita textual. Essa opção se justifica por acreditarmos que uma formação continuada embasada nos princípios da ação colaborativa pode auxiliar com a fundamentação teórico-metodológica acerca dos processos de produção e reescrita textual, de modo a garantir mais segurança para o desenvolvimento de sua prática pedagógica. Esse propósito investigativo sustentou-se nas seguintes indagações: a)Como um grupo de professores do 6º ao 9°ano compreende os pressupostos teórico-metodológicos previstos nas DCE? b)O que tem feito o professor do 6º ao 9°ano, em termos de encaminhamentos para a produção, correção e reescrita de textos? c)Como nós, pesquisadora, podemos desenvolver ações colaborativas focadas nas dificuldades docentes para o encaminhamento da produção, e reescrita textual, de modo a contemplar as orientações teórico-metodológicas que constam nas DCE? d)Que alterações teórico-metodológicas são apresentadas a partir das ações de mediação da pesquisadora? Assim, nosso objetivo geral foi Refletir sobre as ações colaborativas desenvolvidas em orientações teórico-metodológicas sobre a prática de produção e reescrita de texto e suas contribuições nos encaminhamentos didático-pedagógicos nas séries finais do Ensino Fundamental. A pesquisa circunscreveu-se na área da Linguística Aplicada, sob a concepção de linguagem explicitada pelo Círculo de Bakhtin, pautando-se nos princípios da teoria histórico-cultural, a partir dos estudos de Vygotsky e Leontiev, e nas propostas de ensino da produção textual abordadas, primeiramente, por Geraldi (2007[1984]), passando por vários pesquisadores da área. Assumimos, como procedimento metodológico, a pesquisa-ação-crítico-colaborativa, ao promovermos reflexões com as professoras do ensino fundamental sobre a própria prática a fim de construírem novos conhecimentos a respeito dos encaminhamentos da produção e da reescrita textual. Os resultados de todo processo da pesquisa demonstram: a) a compreensão do caráter processual da escrita, que compreende as etapas de planejamento, efetivação da escrita, revisão e reescrita; b) o aprimoramento no desenvolvimento de atividades de produção e reescrita textual; c) a internalização e a apropriação dos pressupostos teórico-metodológicos concernentes à concepção de linguagem interacionista e dialógica; d) necessidade de rever a forma pontual como se organizam as formações continuadas no contexto do ensino fundamental; e) necessidade de se investir em orientações teóricas e metodológicas colaborativas quanto ao trabalho com a escrita, que possibilitem acompanhar a prática pedagógica nesse contexto de ensino.
Palavras-chave: Pesquisa-ação-crítico-colaborativa. Formação continuada de professores. Produção textual. Reescrita textual.
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A Construção de Verbetes com Base em Letra de Música: uma Proposta Pedagógica |
Versão: PDF Atualização: 8/6/2017 |
Descrição:
DUARTE, Rogério Aparecido
Esta pesquisa tem como objetivo principal ampliar e desenvolver a competência lexical dos alunos por meio do uso do dicionário em sala de aula, para isso levanta reflexões a respeito do ensino do léxico em ambiente escolar, haja vista que, segundo especialistas os estudos nesta área vem se desenvolvendo cada vez mais, contudo o dicionário continua sendo subutilizado no ensino/aprendizagem da língua materna. Em face disso, este estudo defende que o léxico receba a devida atenção quanto à sua abordagem em ambiente escolar, para que não venha sendo visto apenas em suas dimensões puramente linguísticas, mas também como componente essencial para a construção de sentidos nos diversos contextos discursivos por onde circula o falante. Assim sendo, e tendo em vista que o léxico faz parte de um dos componentes mais importantes da língua portuguesa, faz-se necessário lançar um novo olhar sobre as possibilidades de equipará-lo, em grau de importância no ensino da língua, à gramática, à morfologia e à sintaxe. As bases teóricas desta pesquisa assentam-se sobre os estudos relacionados à lexicologia, lexicografia e à lexicografia pedagógica. Propôs-se como intervenção a construção de verbetes com base em letra de música a fim de levar o aluno a usar e manejar o dicionário de maneira eficiente, tomando-o como objeto de estudo para que possa desenvolver suas competências comunicativas, incluindo-se aí a leitura, a escrita, a oralidade ampliando assim, também sua competência lexical. Dessa forma, foram aplicados preliminarmente questionários para a obtenção de informações a respeito das perspectivas de conhecimento e uso de dicionários por parte do público-alvo. A análise desses dados é que de certa forma, orientou a intervenção dessa pesquisa, por isso se optou por instrumentalizar os alunos por meio de uma sequência de atividades referentes à estrutura e ao manejo correto dos dicionários. Isso feito partiu-se para construção de verbetes com base em letra de música. Comprovou-se assim, que ao receberem instruções sobre a estrutura e de como usar o dicionário, os alunos na sua grande maioria obtiveram sucesso no manejo e na busca por informações pertinentes à produção dos verbetes, por meio da análise dos dados obtidos das sequências de atividades comprovou-se que o trabalho com o léxico em sala de aula pode trazer novas perspectivas para o ensino da língua materna, mas para isso, é preciso ampliar as abordagens que tratam do ensino e do uso do dicionário em sala de aula e valorizar sua importância como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento lexical dos alunos, tendo em vista que, esse tipo de obra lexicográfica pode servir-lhes de apoio aos estudos, além de transmitir-lhes grandes lições sobre a língua.
Palavras-chave: Léxico. Dicionário. Lexicografia. Lexicografia pedagógica. Verbete.
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Estórias Abensonhadas, de Mia Couto: Artes de Fazer Leitura Literária na Escola |
Versão: PDF Atualização: 8/6/2017 |
Descrição:
CASTRO, Neuza Brazil de
Este trabalho apresenta uma proposta de Sequência Expandida em Leitura Literária, na Educação Básica, segundo o aporte teórico de Rildo Cosson, desenvolvido por meio de sua obra Letramento Literário: teoria e prática (2014). Para o encaminhamento das atividades, foram selecionados contos da obra Estórias Abensonhadas (2012), de Mia Couto, a fim de estudar, nas narrativas, as configurações simbólicas e culturais da espacialidade africana contemporânea, especialmente as contingências impostas ao idoso. Nesse sentido, foram utilizadas as proposições de Kwame Anthony Appiah (1997) e de Frantz Fanon (2008). Já em relação às imagens simbólicas, recorrentes nos relatos, correlacionadas aos espaços culturais construídos historicamente, foram aplicadas as bases conceituais sobre os Elementos da Imaginação da Matéria, de Gaston Bachelard (1984-1962), bem como, de Michel de Certeau (1998), sobre as proposições capazes de refutar a sociedade de disciplina, pelas artes de fazer, nas quais mecanismos de resistência estariam situados nas práticas ordinárias, nos traços do cotidiano. Este estudo, atrelado às práticas de Leitura Literária compartilhada com alunos adolescentes do 8º ano do Ensino Fundamental II, ressaltou, também, a teoria de Michel Thiollent (2008), vinculada à Pesquisa-Ação, e os estudos de Michèle Petit (2008) dedicados à formação leitora. No decorrer da aplicação do Projeto de Intervenção na escola pública, no município de Planalto, Paraná, foi observado o vínculo concretizado entre pesquisadora, professores colaboradores, alunos, pais e sociedade local, cujas atividades contextualizadas, empreendidas no exercício de realização coletiva, comprovaram nossas expectativas, e a Leitura Literária no âmbito escolar pôde ser proposta com ampla repercussão social daqueles que a efetivaram.
Palavras-chave: Sequência expandida. Leitura literária. Mia Couto. Ensino Fundamental.
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Categoria: Língua Portuguesa Dissertações Produções de Profissionais da Seed: Dissertações |
Avaliação e Autoavaliação da Produção Escrita de Alunos do 7º Ano: Avanços, Tensões e Desafios |
Versão: PDF Atualização: 7/6/2017 |
Descrição:
SCHNORR, Lucilene Aparecida Spielmann
O texto do aluno frequentemente é visto como um produto pronto e acabado, para o qual se direciona um olhar que busca capturar "erros de português". Aspectos como conteúdo, coerência e atendimento à situação de produção recebem menos atenção do que os desvios da norma padrão. Enfatizar um determinado componente textual como o mencionado é necessário. Todavia, não podemos perder de vista a ideia de que um texto compreende um projeto de dizer. Tal projeto deverá se realizar por meio da escolha de um gênero de discurso, e se materializar por meio de um texto. Isso mostra a necessidade de focalizar outros aspectos, e também de avaliá-los para, em caso de dificuldades observadas na produção dos alunos, propor atividades para sua superação. Com esse entendimento, buscamos refletir sobre o processo de avaliação de textos escritos por alunos de um 7º ano de uma escola da rede pública estadual de ensino de um município do Oeste do Paraná, a fim de verificarmos se a aplicação de instrumentos com critérios de avaliação da produção escrita contribui para um melhor desempenho acadêmico dos alunos. A sala de aula foi o contexto de nosso estudo. Foi nele que surgiu o fenômeno em investigação: a avaliação da produção textual escrita. Como docente-pesquisadora, interessamo-nos em compreender tal fenômeno por meio da investigação de nossa própria prática pedagógica. Assim, o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar os efeitos da aplicação de instrumentos diagnósticos – tabela de diagnóstico e lista de controle/constatações – para a avaliação e autoavaliação da produção textual escrita e da utilização de diferentes formas de correção textual, entre elas, as formas propostas por Serafini (1998), Ruiz (2013[2001]) e Biasotto e Conceição (2015). Por isso, a reflexão compreendeu a discussão sobre critérios e instrumentos de avaliação e formas de correção, apresentados à turma por meio de diferentes estratégias de interação entre professora e alunos. Situada no campo da Linguística Aplicada, trata-se de uma pesquisa qualitativa-interpretativa, com cunho etnográfico, caracterizada como pesquisa-ação. As análises realizadas permitiram verificar que os objetivos foram atendidos, pois a utilização de instrumentos de avaliação e autoavaliação e de diferentes formas de correção da produção textual escrita possibilitaram ao professor um reconhecimento mais exato dos aspectos dominados e não dominados na produção textual, sendo uma via de diálogo que conduziu os alunos, progressivamente, a um melhor desempenho acadêmico.
Palavras-chave: Produção textual escrita. Ensino. Avaliação.
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Categoria: Língua Portuguesa Dissertações Produções de Profissionais da Seed: Dissertações |
A Ordem dos Constituintes Sintáticos na Formação de Sentenças em Libras na Perspectiva da Linguíst |
Versão: PDF Atualização: 6/6/2017 |
Descrição:
OLIZAROSKI, Iara Mikal Holland
Das muitas questões que vem desafiando a comunidade científica de um ponto de vista gramatical, uma, para a qual ainda não há consenso, diz respeito à ordem dos constituintes das sentenças produzidas na Língua Brasileira de Sinais (Libras), pois, embora seja ela língua das pessoas surdas do Brasil desde 2002, oficializada por meio da Lei nº 10.436 e regulamentada pelo Decreto nº 5.626 em 2005, um dos grandes problemas para sua utilização e descrição linguística refere-se ao pouco conhecimento que se tem quanto à organização e estruturação de suas sentenças. Assim, ao se discutir a Libras numa perspectiva linguístico-teórica, surgem problemas de cunho sintático, os quais acenam para várias indagações, sendo três delas as que nortearam essa pesquisa, a saber: (i). Quais são os padrões sintáticos admitidos pela Libras? (ii) O que motiva e/ou licencia esses padrões? e; (iii) As ordens sintáticas manifestadas nas sentenças produzidas em Libras seria, exclusivamente, em decorrência de sua modalidade visuoespacial, diante do tipo de verbo que pode apresentar? Assim, no propósito de encontrar resposta(s) a essa problematização, traçamos, como objetivo geral, “a reflexão sobre a organização dos sintagmas das sentenças produzidas em Libras”. Na perspectiva de alcançar esse objetivo, sustentamos a pesquisa nos pressupostos teóricos da Linguística Funcional, a qual tenta explicar a estrutura da sentença em termos de função linguística. Assim sendo, partimos de postulados de Greenberg (1963), para o qual a grande maioria das línguas tem diversas ordens variantes, mas apenas uma dominante, podendo ser elas distribuídas em SVO, SOV, VSO, VOS, OSV ou OVS; perpassamos, dentre outros, por Hopper e Thompson (1980), no intuito de verificar se a transitividade concebida por meio de um continuum escalar de dez parâmetros influencia na organização dos constituintes sintáticos das sentenças em Libras; buscamos, ainda, em Chafe (1979), Borba (2002) e Ferreira Brito (2010) questões pontuais referente ao verbo como o valor sintático-semântico e a classificação em modalidade visuoespacial. Nessa perspectiva, adotamos como metodologia a pesquisa de natureza básica, do tipo revisão bibliográfica e de cunho qualiquantitativo. Assumimos como técnica e procedimento de coleta de dados a seleção de sentenças em Língua Portuguesa no Corpus do Português/2006, submetendo-as, após sua preparação, à interpretação por um informante surdo, o que nos remeteu também à pesquisa de campo. A transcrição dessas sentenças para a glosa-Libras resultou em um Corpus Paralelo constituído de 114 sentenças, por meio do qual pudemos realizar análises sintáticas com vistas à reflexão sobre a organização dos sintagmas das sentenças produzidas em Libras – nosso objetivo central. Como resultado desse processo de investigação, constatamos que, em Libras, tendem a manifestar-se os padrões SVO, SOV e OSV, sendo a transitividade forte indício de motivação e/ou licenciamento desses padrões, bem como a modalidade visuoespacial associada ao valor sintático-semântico do verbo, isso porque atinamos, no decorrer das reflexões, que o mesmo tipo de verbo em classificação na Libras pode apresentar ordens distintas num mesmo pólo de transitividade, ou seja, sentenças de baixa transitividade, contendo verbos de processo ou verbos de estado e, na Libras, não-direcionais ancorados ao corpo, tendem, mais comumente, a apresentar o padrão SVO. Já as sentenças de alta transitividade contendo verbos de ação-processo e ação e, na Libras, direcionais irreversíveis, direcionais reversíveis, classificadores, não-direcionais ancorados ao corpo, que incorporam o objeto e instrumentais tendem a apresentar os padrões SVO, SOV e OSV. Assim, apesar da disparidade em classificação na Libras esses verbos coincidem em valor sintático-semântico bem como no pólo de transitividade sentencial. Isso nos levou a deduzir que apenas o tipo de verbo em sua modalidade visuoespacial não pode ser preponderante motivador da ordem dos constituintes sintáticos das sentenças produzidas em Libras.
Palavras-chave: Libras. Ordem dos constituintes sintáticos. Linguística funcional. Transitividade sentencial.
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Categoria: Língua Portuguesa Dissertações Produções de Profissionais da Seed: Dissertações |
Compreensões dos Professores de Língua Portuguesa sobre os Pressupostos Teórico-metodológicos das |
Versão: PDF Atualização: 5/6/2017 |
Descrição:
MENEZES, Estela Mari Tomazelli Silveira
O tema desta pesquisa é o trabalho com os gêneros discursivos em turmas de 6º a 9º anos do Ensino Fundamental, em escolas públicas da Rede Estadual, a partir do que está proposto nas Diretrizes Curriculares Estaduais – DCE – (PARANÁ, 2008). Esse interesse pelo tema sustenta-se na preocupação de que, se no trabalho com a linguagem não considerarmos os gêneros discursivos, incorremos no risco de focar a língua apenas como forma e estrutura, revelando, assim, outra concepção de linguagem que se distancia daquela defendida por esse documento curricular que norteia o ensino no Estado do Paraná. Nessa perspectiva, nosso propósito foi responder às seguintes perguntas de pesquisa: a) Qual é a compreensão do professor da disciplina de Língua Portuguesa (LP), na rede estadual de ensino de Cascavel, em relação aos pressupostos teórico-metodológicos das DCE, no trabalho com os gêneros discursivos na sala de aula? b) De que forma essa compreensão está transparecendo nos encaminhamentos didáticos da disciplina? c) A formação continuada (FC) ofertada pelo Estado, após a publicação das DCE, tem favorecido a compreensão dos pressupostos teórico-metodológicos desse documento? Para isso, propomos, como objetivo geral, verificar como estava ocorrendo o trabalho com os gêneros discursivos em turmas de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública Estadual de Cascavel, a partir do que está proposto nas DCE e se as formações, após a implementação do documento, contribuíram de alguma forma. Para que esse objetivo se materializasse, foi necessário eleger um quadro teórico que coadunasse com o que é proposto pelas DCE, ao explorar conceitos como concepção dialógica de linguagem, discurso, gêneros discursivos, enunciado e texto, os quais são apresentados por Bakhtin/Volochínov (2009[1929]) e Bakhtin (2003[1979]; 2010[1929]; 2010[1975]). Recorremos, ainda, a outros autores que compartilham dessa teoria: Brait (2003, 2005, 2012); Rodrigues (2005); Faraco (2009, 2011); Acosta-Pereira (2013); Costa-Hübes (2014); dentre outros. Trata-se, assim, de uma pesquisa que se insere na Linguística Aplicada, tendo em vista que se voltou para o estudo da linguagem no âmbito educacional. Quanto à perspectiva metodológica, inscreve-se dentro de uma abordagem qualitativa-interpretativista, de cunho etnográfico, estudo de caso. Os sujeitos foram 4 professoras que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental em duas escolas estaduais no Município de Cascavel, e os dados foram gerados por meio de entrevistas e observação de aulas. Como resultado, concluímos que as docentes que se colocaram como sujeitos da pesquisa, mesmo não compreendendo integralmente a base teórico-metodológica do documento e não obtendo subsídios suficientes por meio das FC ofertadas pelo Estado, ministram suas aulas em torno do conteúdo gênero discursivo com autonomia, explorando-o de acordo com o conhecimento que têm sobre o assunto.
Palavras-chave: Concepção dialógica de linguagem. Gênero discursivo. Formação continuada. Ensino de Língua Portuguesa.
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