Categoria: Sociologia Dissertações |
Do Quilombo à Escola: os Efeitos Nefastos das Violências Sociais Silenciadas |
Versão: PDF Atualização: 28/7/2017 |
Descrição:
SOARES, Edimara Gonçalves
Esta pesquisa foi realizada com sujeitos que transitam por espaços sociais distintos: Quilombo e Escola, ambos entendidos como espaços que ocorrem a construção da identidade das crianças negras quilombolas. O objetivo da pesquisa é buscar uma, dentre as possíveis compressões dos significados de ser criança negra e quilombola na Escola e no Quilombo. Também é objetivo deste estudo reconhecer manifestações do fenômeno do Auto-ódio desses sujeitos, como tentativas de defesa, conscientes ou não, ao preconceito vivido, que por sua vez redundam em ataque, dado que constituem uma “ferida identitaria” (Baibich, 2001, p.08). Assim, o objetivo central da pesquisa consiste em saber o que a Escola faz com a identidade fragilizada das crianças vítimas do preconceito ao quadrado. A opção metodológica demandada pelo objeto de estudo desta pesquisa foi a pesquisa qualitativa, considerando que era preciso imergir na subjetividade dos sujeitos, buscando captar os sentidos e significados das situações vividas por eles/as. Percebemos que o sentimento de negação ao Quilombo está diretamente relacionado com as violências racistas sociais, pois, dizer se quilombola é assumir uma pertença duplamente desprezada, é assumir se desvalorizado, inferiorizado. As crianças adentram o espaço escolar carregando essa identidade fragilizada, e são constantemente perseguidas e atacadas em suas características inerentes. A Escola ignora o sofrimento dessas crianças diante da inferioridade que lhes é imputada pelos Outros. Assim, mediante suas falas e seus olhos cheios de lágrimas as crianças nos revelam que carregam uma identidade que não vive, mas sim, sobrevive. Mostram que esta sobrevida é nutrida com as forças do mais profundo desejo de abandonar a condição de ser, visto que essa é talvez a única, e também a última e trágica estratégia encontrada como mecanismo de defesa, diante da cruel e dolorida perseguição a pertença étnica -negra e quilombola.
Palavras-chave: Violências racistas. Identidade da criança negra quilombola. Escola.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos: Identidade e Famílias Negras em Movimento |
Versão: PDF Atualização: 26/7/2017 |
Descrição:
RIBEIRO, Dandara dos Santos Damas Esta dissertação, baseada na etnografia realizada junto à “Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos”, localizada em Guaíra/PR, problematiza a vinculação direta entre a legitimidade da reivindicação territorial das comunidades quilombolas e a ideia de territorialidade fixa, que tem sido presumida pela política de garantia de direitos territoriais quilombolas no Brasil. Esta pesquisa indicou como a construção da identidade quilombola é perpassada pelos processos de deslocamentos constitutivos da trajetória das famílias que vivem atualmente em Guaíra/PR, mas são provenientes de Santo Antônio do Itambé/MG. A reivindicação da identidade quilombola é elaborada pelos meus interlocutores(as) com base na origem e na ancestralidade comuns com antepassados negros que foram escravizados nesta região de Minas Gerais, a partir da qual ocorre a saída das famílias em busca de melhores condições de vida, passando pelo estado de São Paulo até a mudança para Guaíra/PR, onde adquirem área própria. Nas narrativas dos membros da comunidade, percebe-se como o movimento não dissolve, mas, ao contrário, sustenta o pertencimento coletivo. Este caso exemplifica como a ideia de territorialidade fixa desconsidera experiências de “resistência à opressão histórica sofrida” – critério trazido pelo Decreto Federal 4887/2003 ao regulamentar o processo de titulação quilombola –, constituídas por meio de estratégias de deslocamento e não pela permanência em um mesmo território de ocupação tradicional. Estas dinâmicas de movimento foram, em um primeiro momento do processo de regularização territorial, que ainda tramita no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entendidas como um elemento de descaracterização da legitimidade da reivindicação do grupo pelo primeiro relatório antropológico produzido sobre a comunidade. Com a não aprovação deste estudo por parte do INCRA, um novo relatório foi contratado, tendo este investido no argumento de que há uma continuidade entre as dinâmicas socioculturais do grupo de Guaíra/PR e as comunidades quilombolas de sua região origem, a partir de pesquisa realizada no entorno do município de Santo Antônio Itambé/MG. Esta pesquisa realizada pelo segundo relatório criou o interesse por parte da comunidade de que eles mesmos pudessem visitar a região. Tais viagens de retorno foram realizadas no âmbito desta dissertação para buscarmos mais informações sobre a trajetória histórica das famílias, o que gerou um entrelaçamento entre a minha pesquisa e a trajetória do grupo. O (re)encontro entre parentes perdidos e a possibilidade de acesso às histórias dos antepassados proporcionados por estas viagens sugerem que a busca pela reconstituição de histórias e vínculos com a região de origem, por parte dos quilombolas de Guaíra/PR, não se restringe ao âmbito instrumental e administrativo, mas tem também uma importante dimensão afetiva. A articulação destas dimensões aponta para o anseio dos quilombolas pelo reconhecimento da legitimidade de sua versão sobre sua história, do valor de sua origem e trajetória, bem como do direito de se construírem como sujeitos e como coletividade específica.
Palavras-chave: Comunidade quilombola. Relatórios antropológicos. Movimento. Memória.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
A redução do trabalho infantil e o aumento da freqüência escolar na década de 90 no Brasil |
Versão: PDF Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
SANTOS, Fernanda Cabral
Os anos noventa no Brasil foram marcados pela simultânea queda do trabalho infantil e aumento da freqüência escolar. Este estudo se propôs a investigar as causas desses fenômenos. Mais especificamente, buscou-se testar a importância relativa de três hipóteses para a explicação conjunta dos movimentos, quais sejam: mudanças no background familiar, em particular, o aumento generalizado da escolaridade dos pais das crianças e adolescentes; a deterioração do mercado de trabalho infantil e mudanças em variáveis educacionais. Para tanto, foram utilizados dados oriundos da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que se caracterizam por apresentar a estrutura de um painel rotativo. O desenho da pesquisa é tal que uma mesma família é entrevistada em dois anos consecutivos. Para modelar o problema de decisão das famílias no tocante à alocação do tempo das crianças entre a escola, o trabalho (ou ambos) e o lazer (não trabalho e não escola), foi utilizado o modelo Logit Multinomial. Através da aplicação de uma modificação da técnica de Oaxaca-Blinder, verificou-se que as mudanças na probabilidade de uma criança (ou adolescente) trabalhar ou freqüentar a escola (ou ainda não estudar e não trabalhar) estão mais associadas a mudanças nas variáveis explicativas (características observáveis) do que nos coeficientes estimados (características não observáveis). Além disso, o fenômeno parece estar mais associado a mudanças em variáveis educacionais, como o aumento da escolaridade dos professores do ensino público, e mudanças no background familiar. Ainda mais importantes, no entanto, parecem ser as mudanças na distribuição da alocação do tempo da criança na 1ª entrevista (primeiro ano). Argumentou-se que, ao se estar controlando pelo estado de aprovação/reprovação e distorção idade/série, o resultado poderia estar associado a políticas educacionais de combate à reprovação e evasão escolar (assumindo que a queda nas taxas de reprovação foi resultado de tais políticas).
Palavras-chave: Frequência escolar - Brasil. Métodos de decomposição. Trabalho de menor.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
Vulnerabilidade na adolescência: a perspectiva de Gestores e Líderes do Movimento Social Organizado |
Versão: PDF Atualização: 14/3/2017 |
Descrição:
SANTOS, Ana Paula Rodrigues dos
Trata-se de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo, fundamentada na Teoria Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva – TIPESC que objetivou descrever as vulnerabilidades dos adolescentes segundo a percepção do movimento social organizado, conselheiros locais de saúde e Gestores de um determinado território de Curitiba-PR. Os dados foram coletados no período de maio à julho, por meio de entrevistas semiestruturadas com quinze gestores, conselheiros locais e líderes do movimento social organizado que atendem, de alguma forma, aos adolescentes no território. Os discursos foram analisados segundo a análise de conteúdo, com apoio do software IRAMUTEQ. Na análise de conteúdo emergiram quatro categorias e quatorze subcategorias. Dentre elas se destaca o Reconhecimento da vulnerabilidade para o adolescente no território, no que tange à gravidez na adolescência, drogas na adolescência e violência. As participantes apontaram dificuldades para a realização de ações em relação aos adolescentes, como a falta de apoio do Poder Público para a realização de ações e a falta de capacitação para lidar com a adolescência. Para as ações serem realizadas, foi destacada a importância da parceria com os demais serviços públicos presentes no território. Dentre as subcategorias que emergiram destacam-se as questões de gênero que foram identificadas como processo determinante dos agravos. Como conclusão deste trabalho, registra-se que o objetivo delimitado foi alcançado e, consequentemente, a finalidade de contribuir para a elaboração de ações do serviço local de saúde para atender aos adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade nos territórios pesquisados. Por fim, se propõem a realização de novos estudos no sentido de ampliar a discussão sobre as questões de gênero relacionadas aos processos de determinação da vulnerabilidade dos adolescentes.
Palavras-chave: Adolescente. Vulnerabilidade. Enfermagem.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
A capoeira na sociedade do capital: a docência como mercadoria-chave na transformação da capoeira no |
Versão: PDF Atualização: 23/3/2012 |
Descrição:
ARAÚJO, Benedito Carlos Libório Caires
A capoeira, desde sua primeira menção nos registros oficiais em 1789 até o final da primeira república (1930), sempre esteve relacionada ao que havia de mais discriminado na sociedade brasileira. Após as grandes transformações sociais no mundo e seus efeitos na política brasileira no século XX, essa manifestação ganha espaço social, assumindo uma nova dinâmica. Esse processo se inicia quando a docência da capoeira passa a ser estruturada sob o signo da mercadoria, expresso nas ações concretas de duas escolas de capoeiras baianos, que transformaram o conhecimento da capoeira em propriedade. Dessa forma, atribui-se uma relação de troca entre mercadorias que, nas décadas de 1980 e 1990, viriam a se concretizar sob a lógica do trabalho produtivo. Destaca-se, como marco, desse processo, a atuação do Centro de Cultura Física Regional (1936), que, sob forte influência do pensamento positivista e da forma taylorista de trabalho, materializou, nas relações diretas, a fragmentação da capoeira. Esses marcos se concretizam nos dias atuais, quando a capoeira aparta-se do seu produtor, relegando-lhe papéis secundários na sua construção. São as esferas da sociedade civil onde a capoeira se insere, a gerência na lógica dos interesses privados, em uma estrutura que une a ideologia burguesa, o estado liberal e as parcerias privadas de financiamento público. O objetivo deste trabalho é se aproximar das formas que articulam respostas contra a dinâmica da sociedade capitalista, onde a capoeira se encontra de forma alienada. Para compreender esse fenômeno, concentramos a atenção na mercadoria prática docente da capoeira, destacando nela as contradições que evidenciem a lógica da mercadoria e suas determinações. Por reconhecer mudanças nos dados concretos do trabalho pedagógico, nos espaços e tempos formativos na capoeira, assumimos uma postura de confronto, para avançar na compreensão dos limites e das possibilidades que se põem aos capoeiras, assim como a outros formadores populares de conscientização de classe e de ações revolucionárias.
Palavras-chave: Capoeira. Prática docente. Projeto histórico socialista.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
E com a palavras: os alunos - estudo das representações sociais dos alunos da rede pública do Distri |
Versão: Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
RESES, Erlando da Silva
Resumo: A Sociologia não é uma disciplina obrigatória em âmbito nacional, mas, no Distrito Federal, passou a constar no currículo das três séries do ensino médio desde 2000, como conseqüência da Reforma do Ensino Médio implementada pelo Governo Federal em 1998. Tanto os documentos oficiais dessa reforma quanto o texto do currículo de Sociologia do Distrito Federal postulam que a disciplina deve ser percebida como conhecimento dinâmico, flexível e prático, que prepara o educando para o exercício pleno de sua cidadania. Mas, e os alunos, o que pensam? Qual a percepção deles sobre o papel da Sociologia em sua formação? No intuito de investigar essas questões, estudamos 79 sujeitos que vivem em realidades sociais diferenciadas do Distrito Federal. Para isto, utilizamos grupos focais de alunos na cidade-satélite de Santa Maria e na Asa Norte. Neste trabalho, a teoria das Representações Sociais serviu como base no desenvolvimento teórico-metodológico. Serge Moscovici e Willem Doise foram os principais representantes dessa teoria, mas o segundo é o que mais se aproxima do objetivo desta pesquisa, pois desenvolve uma perspectiva societal para o estudo das representações sociais com base numa abordagem tridimensional que propõe: a existência de um conteúdo comum nas representações sociais das tomadas de posição, a existência de diferenças dentro desse conteúdo comum entre as posições dos sujeitos, além da existência de uma ancoragem das diferentes tomadas de posição. Os resultados da pesquisa revelaram que a Sociologia contribui para a compreensão da sociedade moderna, para a construção do senso crítico e para a formação do exercício da cidadania, que constituem o campo comum das representações sociais dos sujeitos pesquisados. As diferenças dentro desse campo revelaram que os alunos de Santa Maria percebem a Sociologia como instrumento fundamental na intervenção da realidade social, enquanto os alunos da Asa Norte percebem-na como parte de sua formação escolar, contribuindo para a conscientização política e social.
Palavras-chave: Educação. Sociologia no ensino médio. Sociologia da Educação. Ensino de Sociologia. Aluno.
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Categoria: Sociologia Dissertações |
A Geografia do Atrito: Dialética espacial e violência em Campinas-SP |
Versão: PDF Atualização: 16/8/2013 |
Descrição:
MELGAÇO, Lucas de Melo
A presente dissertação tem como objetivo central promover uma discussão a respeito do diálogo entre a Geografia e o estudo da Violência. Porém, diferentemente da maioria das pesquisas feitas na área de violência urbana, as quais têm no método analítico o seu principal referencial teórico, procura-se, aqui, trazer uma reflexão dialética à questão. No atual período técnico-científico e informacional, torna-se impossível entender esta prática espacial denominada violência se a considerarmos apenas como um recorte analítico da realidade. É por este motivo que não pretendemos fazer uma “geografia da violência” ou, muito menos, uma “geografia do crime”, e sim uma geografia dos usos do território e das suas relações com a temática do crime e da violência. Faz-se necessário, então, um método que entenda o espaço geográfico enquanto um todo em movimento, um sistema indissociável de objetos e ações (SANTOS, 1997c, 1998, 1999a). Nessa busca por uma compreensão das relações entre território e violência, o Geoprocessamento se mostrou uma ferramenta de fundamental importância, tanto por suas potencialidades, quanto por suas limitações enquanto instrumento de representação do espaço geográfico. Aliando a técnica do Geoprocessamento à profundidade do método dialético foi possível se perceber o potencial da Geografia enquanto modo de compreensão da violência e, mais amplamente, enquanto instrumento de planejamento territorial. Nesta reflexão, alguns conceitos e autores aparecem com contribuições fundamentais, dentre eles o de território usado (SANTOS et al. 2000a), solidariedades geográficas (SANTOS, 1994, 1998), cotidiano (CERTEAU, 1994), além das concepções de poder e violência trazidas por Hannah Arendt (1994). Conclui-se que a violência urbana é uma questão de caráter muito mais político que propriamente técnico, e que a violência em Campinas-SP é fruto dos usos corporativos do território e das escolhas históricas feitas por esta cidade e pela formação socioespacial na qual está inserida. Pôde-se ainda vislumbrar o quanto a Geografia pode se aproximar de uma ciência da ação.
Palavras-chave: Uso do território. Violência. Segurança pública. Planejamento territorial. Dialética espacial.
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