Categoria: Sociologia Teses |
Sindicalismo e trabalho em transiçăo e o redimensionamento da crise sindical |
Versão: pdf Atualização: 23/3/2012 |
Descrição:
BRIDI, Maria Aparecida da Cruz
Resumo: As transformações no mundo do trabalho vêm acompanhadas também de uma leitura de crise generalizante e apocalíptica para o trabalho e as organizações dos trabalhadores. Essa tendência teórica instigou o redimensionamento do conceito de crise a partir da realidade dos metalúrgicos ligados à indústria automobilística no Paraná. As manifestações de crise tais como: de representatividade e fragmentação; de identidade; de mobilização; da relação salarial, na perspectiva local/global, são analisadas de maneira contextualizada. As novas formatações das indústrias desconcentram o trabalhador no espaço produtivo e tornam mais heterogêneas as condições no processo de trabalho. A diversificação das formas contratuais – por tempo determinado, parcial, subcontratado, terceirizado – num mesmo espaço de produção, traz dificuldade ao sindicato em representar o conjunto dos trabalhadores, uma vez que, historicamente, constituiu-se como representante dos trabalhadores formais. A pulverização da classe trabalhadora e o sentido de polivalência ou multifuncionalidade no contexto da reestruturação das empresas implicam crise do sentimento de pertença a uma categoria. Atinge assim, a construção de identidade dos trabalhadores, pois estes vivem um processo de descontinuidade permanente. Os sindicatos perdem força na confrontação com um Estado mais hostil à organização classista, característico dos Estados neoliberais, que tendem para o desmonte do quadro regulatório que ampara os trabalhadores no plano institucional/legal. As transformações da relação salarial em curso ameaçam desintegrar os vínculos sociais que possibilitam a reprodução social. Esse cenário implica crises para os trabalhadores, no entanto, estas não têm a mesma extensão, forma, conteúdo e significado nos vários espaços. A abordagem de crise, nesta dissertação, enquanto transição e não declínio ou fim do sindicalismo, imbui-se da perspectiva de que este se encontra em processo de mudança nas suas formas de ação.
Palavras-chave: Crise. Trabalho. Reestruturação. Representatividade. Fragmentação. Identidade. Relação salarial. Transição. Sindicalismo. Neoliberalismo.
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1338 0 bytes UFPR http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/2545 |
Categoria: Sociologia Teses |
Longe demais das capitais? Cultura política, distinção social e Movimento Estudantil no Piauí |
Versão: PDF Atualização: 17/5/2012 |
Descrição:
VALE JÚNIOR, João Batista
Esta tese procura mostrar as especificidades do Movimento Estudantil (ME) piauiense. O balizamento histórico estabelecido para a abordagem situa-se entre a formação da primeira entidade de representação estudantil no Piauí (1935) e as manifestações locais que, nessa Unidade da Federação, marcaram o período de crise e superação da ditadura civil-militar, instaurada no Brasil em 1964: o ano de 1984. Procurou-se demonstrar que a constituição da identidade do ME, no Piauí, deu-se em um cenário em que a força dos valores e tradições conservadoras consubstanciaram-na. Ao tempo em que esses valores e tradições, geralmente sustentadas no tripé ordem/disciplina/progresso impediam a imersão das entidades estudantis em um círculo de referências ideológicas e políticas identificadas com o romantismo revolucionário de esquerda, fundamentavam também formas de distinção social e política que elevavam as lideranças estudantis ao patamar de interlocutores diretos com os círculos do poder. Essas condições de interlocução permitiam a essas lideranças atingirem metas reivindicativas que reforçavam a eficácia de sua representação. As transformações políticas pelas quais passou o Brasil nos anos 70 impactaram o ME piauiense de maneira a aproximá-lo do ideário de esquerda, alterando significativamente a composição de suas lideranças, referências ideológicas e estratégias de luta. Até meados dos anos 80, apesar das mudanças em sua dinâmica interna, o ME piauiense conservou parte de sua capacidade de diálogo com o campo político dominante, tendo a imprensa de Teresina como mediadora dessa relação e como difusora das bandeiras de luta e mobilizações estudantis junto à opinião pública.
Palavras-chave: Cultura Política Juvenil. Movimento Estudantil. Estado. Poder.
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Categoria: Sociologia Teses |
Horror, honra e direitos. Violência sexual contra crianças e adolescentes no século XX |
Versão: Atualização: 15/5/2008 |
Descrição:
Horror, honra e direitos. Violência sexual contra crianças e adolescentes no século XX
Nesta tese, traço as principais transformações ocorridas na percepção e sensibilidade sociais a respeito da violência sexual contra crianças e adolescentes ao longo do século XX no Brasil. Em primeiro lugar, apresento a legislação nacional e os principais acordos internacionais (Convenções). Em seguida, discuto o contexto intelectual que reflete a sensibilidade dos diferentes períodos e que, de algum modo, acabou por influenciar as definições legais. Para tanto, analisarei algumas decorrências do positivismo na área médica e jurídica, as discussões em torno da prostituição e da polícia de costumes, sua atuação em conjunto com assistentes sociais e, por fim, a visão das organizações não governamentais e dos psicólogos. No capítulo seguinte, analiso alguns movimentos sociais internacionais – ou ofensivas civilizatórias –, cujo objetivo era combater a violência sexual, e seus desdobramentos no país. Por fim, resgato o que foi publicado em um jornal de grande circulação, O Estado de S. Paulo, a fim de identificar mudanças nas informações transmitidas ao público leigo (leitores), nos tipos de crimes sexuais noticiados e na abordagem ao tema. O argumento defendido é que a violência sexual contra crianças e adolescentes não era um problema desconhecido do público leigo, tampouco de especialistas como médicos, juristas, policiais e assistentes sociais. Era, entretanto, entendido como um problema esporádico e relacionado a questões morais. Aproximando-se o final do século, nas mãos das organizações não governamentais nacionais e internacionais, a violência sexual passou a ser entendida como um “fenômeno”, algo recorrente e que deveria ser estudado, quantificado e analisado cientificamente. O que era noticiado casualmente passou a sê-lo recorrentemente, chegando às manchetes dos jornais. A dinâmica que engendrou essas mudanças é encontrada na diminuição da desigualdade na balança de poder entre os sexos e em um aumento na distância social entre adultos e crianças – cada vez mais entendidas como pessoas com necessidades específicas e que devem ser protegidas e cuidadas. A abordagem teórica é a sociologia processual de Norbert Elias. A tese contém ainda um excurso referente às transformações no tocante à violência sexual na Irlanda. As diferenças e semelhanças entre as transformações ocorridas na Irlanda e no Brasil são utilizadas para elucidar os processos sociais que levaram o tema da violência sexual ao centro das atenções no último quartel do Século XX.
Palavras-chave: Crimes contra a honra. Norbert Elias. Pedofilia. Sexualidade. Violência sexual.
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Categoria: Sociologia Teses |
Ser jovem e ser adulto: identidades, representações e trajetórias. |
Versão: Atualização: 1/9/2008 |
Descrição:
PIMENTA, Melissa de Mattos
Esta tese retoma a problemática da transição para a vida adulta de uma perspectiva qualitativa e procura contribuir com uma compreensão sociológica desse processo no contexto do município de São Paulo contemporâneo. A partir de discussões em grupo focal e entrevistas biográficas com jovens adultos, de ambos os sexos e diferentes origens sociais, a pesquisa explorou representações sobre adolescência, juventude e idade adulta, modalidades de construção de identidades sociais e experiências pessoais diversas que nos informam acerca dos significados, valores, expectativas e auto-imagens associadas ao adulto hoje, num contexto de crescentes exigências quanto à escolaridade e qualificação profissional e intensa competitividade no mercado de trabalho. O estudo teve entre seus principais objetivos analisar diferenças de classe, gênero e raça, bem como a maior ou menor capacidade dos entrevistados de estabelecer perspectivas para o futuro e concretizar objetivos. Também procurou identificar as percepções dos sujeitos acerca de suas próprias experiências de transição, inclusive em comparação com os percursos biográficos de seus pais. As discussões e relatos colhidos apontaram a centralidade da família de origem como mediadora e/ou facilitadora do processo de transição e a importância dos valores na construção de projetos para a vida adulta. A análise também permitiu estabelecer de que forma fatores sociais importantes como o gênero, a origem socioeconômica e a cor da pele interferem nos percursos biográficos a partir da reconstrução de narrativas particulares, que permitem perceber, de uma perspectiva diacrônica, como fatores estruturantes, orientações e estratégias individuais se articulam para constituir trajetórias de vida. Palavras-chave: Identidades. Jovens adultos. Representações. Trajetórias. Transição para a vida adulta.
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Categoria: Sociologia Teses |
Capitalismo, desigualdade e pobreza na América Latina |
Versão: Atualização: 15/5/2008 |
Descrição:
Estenssoro, Luis Enrique Rambalducci
Argumentamos que a superação da crise do modelo neoliberal de crescimento econômico, da crise do padrão de acumulação dependente e da crise do modo de produção capitalista tende a se dar por meio de mudanças estruturais vinculadas à situação dos 211 milhões de pobres na América Latina. Desta forma, encaramos a possibilidade da erradicação da pobreza como uma mudança social capaz de dar um mínimo de cidadania possível a essa população e de criar condições para futuras transformações. Afirmamos que a pobreza e a desigualdade, não sendo exclusivas do capitalismo, persistem e crescem neste modo de produção hegemônico no planeta devido a dois processos: 1) o crescimento econômico capitalista, ou seja, a expansão comercial e o investimento externo como processos que extraem o excedente dos setores e classes não-capitalistas (mercados externos) e constituem e consolidam nas áreas periféricas do sistema o imperialismo e sua contrapartida interna, a dependência; e, por outro lado, 2) a superexploração dos trabalhadores por meio da extração crescente de mais-valia (intensificando o trabalho e diminuindo os salários com relação ao valor da força de trabalho), e o processo simultâneo de inclusão marginal no sistema dos desempregados e pobres que trabalham (working poor), Isto é, o desenvolvimento e a dinâmica decorrente da própria expansão do capitalismo produz um exército industrial de reserva e, concomitantemente, um lumpemproletariado considerável. O exército de reserva é classicamente associado ao funcionamento econômico do sistema capitalista. Sustentamos aqui que o lumpemproletariado constitui-se também num produto do sistema capitalista, enquanto população economicamente marginalizada, socialmente excluída, e politicamente destituída dos seus direitos básicos. Em suma, uma transformação na condição dessa pobreza estrutural implica em mudanças estruturais que superem a condição de subcidadãos ou lumpencidadãos desses grupos excluídos.
Palavras-chave: América Latina.Capitalismo. Dependência. Desigualdade. Exclusão social. lumpemproletariado. Pobreza.
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Categoria: Sociologia Teses |
O discurso do protagonismo juvenil |
Versão: Atualização: 21/9/2010 |
Descrição:
Souza, Regina Magalhães de
Desde meados da década de 90 observa-se a presença do enunciado protagonismo juvenil nos textos dos organismos internacionais, organizações não-governamentais, órgãos de governo e educadores, em referência a uma certa forma de participação da juventude na sociedade. Este trabalho faz uma análise do discurso que dá suporte ao protagonismo juvenil, identificando a matriz discursiva que o tornou possível: uma concepção de sociedade como um aglomerado de indivíduos atores sociais que estabelecem relações de negociação com os outros indivíduos enquanto realizam atividades que beneficiam a si próprios e à coletividade. A atuação social, característica dos atores sociais, ocorrida no cenário público constitui a essência da nova forma de política prescrita pelo discurso. A tese deste trabalho é a de que essa nova forma de participação constitui, em última instância, encenação, implicando a anulação da política e funcionando como mecanismo de integração da juventude pobre. A anulação da política ocorre pela adoção do fazer coisas como forma de participação e pela fabricação do consenso pelo discurso, o que impede a fala autônoma e transgressora.
Palavras-chave: Discurso. Educação.Juventude. Organização não governamental. Protagonismo juvenil.
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Categoria: Sociologia Teses |
Vinho novo em odres velhos. Um olhar comunicacional sobre a explosão gospel no cenário religioso ev |
Versão: Atualização: 15/7/2010 |
Descrição:
CUNHA, Magali do Nascimento
Uma análise comunicacional da explosão gospel e sua expressão entre os diferentes segmentos do cenário religioso evangélico contemporâneo no Brasil é o objeto deste trabalho. Inicialmente um movimento musical, o gospel explodiu na última década do Século XX entre os evangélicos e deu forma a um modo de vida configurado pela tríade música-consumo e entretenimento. Esse modo de vida se expressa, especialmente, em novas formas de culto religioso e na relativização da ética protestante restritiva de costumes. A referida tríade é caracterizada pelas transformações advindas do reprocessamento das culturas das mídias, urbana e de mercado entre os evangélicos e da busca de superação da crise entre protestantismo e sociedade que tem marcado a história deste segmento no Brasil. Entretanto, a análise embasada nos estudos culturais e nas ciências da religião revelou que esses traços de modernidade da cultura gospel estão entrecruzados com a tradição, com a conservação de traços da identidade protestante no Brasil como o dualismo Igreja V.S. mundo, o individualismo, o intimismo religioso, o sectarismo, a rejeição da diversidade de manifestações culturais e religiosas, o antiecumenismo e o antiintelectualismo. O estudo sobre este encontro do antigo com o novo, do tradicional com o moderno remete à compreensão da cultura gospel como uma cultura híbrida. Uma estratégia de adaptação à modernidade e suas expressões hegemônicas - seja o pentecostalismo, no campo religioso, ou o capitalismo globalizado no campo sócio-histórico -com a garantia de preservação da expressão cultural religiosa tradicionalista, já conhecida e aprovada no "coração das igrejas". O hibridismo é aqui compreendido como criação estéril, uma modernidade de superfície passível de tensões: "o vinho novo em odres velhos".
Palavras-chave: Estudos culturais. Hibridismo. Evangélicos. Sociologia da religião. Consumo. Mídia.
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Categoria: Sociologia Teses |
Trabalho e Quimeras: dilema vivido pelo jovem operário |
Versão: Atualização: 15/7/2010 |
Descrição:
SILVA, Cristiane Aparecida Fernandes da
A inserção prematura do jovem trabalhador no mundo do trabalho visa o complemento da renda familiar, a afirmação de sua autonomia e a efetivação do valor simbólico que confere ao trabalho. Contudo, a pertença a um estrato de classe de baixa renda, sua pouca qualificação educacional, sobremaneira profissional, e as escassas oportunidades que lhes são oferecidas pelo mercado de trabalho, constituem obstáculos para que esse jovem ocupe um ofício que o satisfaça subjetivamente. A abordagem desta pesquisa consiste em perquirir os dilemas por que passa o jovem operário dividido entre as aspirações subjetivas, em relação a uma profissão desejada, e as condições objetivas de sua ocupação. Trata-se, portanto, de enfocar e esquadrinhar o conflito entre trabalho real e anseio subjetivo e as estratégias que os jovens operários utilizam para sobrepujá-lo, à medida que procuram delinear suas identidades de trabalhadores.
Palavras-chave: Educação. Família. Identidade. Insatisfação no trabalho. Jovem. Profissão. Subjetividade. Trabalhador. Trabalho. Trajetória ocupacional.
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